ÍNDIOS DO MARANHÃO E ASTRONOMIA
No Maranhão , em agosto de 1612 , tropas invasoras francesas , partindo da França e comandadas por Daniel de La Touche, Sieur ( Senhor ) de la Ravadière e François Sieur de Razilly instalaram uma colônia chamada “França Equinocial” e fundam São Luís , assim nomeada em homenagem ao rei Luís XIII .
Em 1615 , os portugueses comandados por Jerônimo de Alburquerque derrotarão e expulsarão os invasores gauleses iniciando uma nova etapa na colonização do território maranhense .
Yves d’Evreux e Claude d’Abbeville frades capuchinhos vindos com de La Touche , publicarão respectivamente , duas obras etnográficas notáveis :
- “Viagem ao Norte do Brasil feita em 1613 e 1614”, e
- “História da Missão dos Padres Capuchinhos na Ilha do Maranhão e Terras Circunvizinhas” ( 1614 ) .
Claude d’Abbeville ( nome religioso de Clément Foulon ) nasceu em Abbeville em data incerta e faleceu em Rouen em 1616 ou 1632 .
Abbeville escreveu três livros sobre o Brasil publicados na França entre 1614 e 1615 . O mais importante deles , supracitado , é considerado um clássico da literatura etnográfica indígena brasileira . Este religioso permaneceu apenas quatro meses no Maranhão , voltando em seguida à França .
A obra de d’Abbeville abriga entre suas páginas um dos mais importantes documentos sobre os conhecimentos astronômicos dos indígenas brasileiros , especialmente sobre os hoje extintos tupinambás do Maranhão .
O texto do capuchinho é por sua natureza , de resumo difícil , contudo , de leitura agradável e merece ser lido na íntegra pelos interessados . Cerca de 30 astros ( Sol , Lua , estrelas , constelações e planetas ) são minuciosamente descritos por Abbeville , sob a óptica tupinambá .
Referindo – se aos conhecimentos astronômicos dos tupinambás , escreveu d’Abbeville :
“ Poucos entre eles desconhecem a maioria dos astros de seu hemisfério ; chamam – nos todos por seus nomes próprios , inventados por seus antepassados” .
“Contam perfeitamente os anos com 12 meses como nós fazemos pelo curso do Sol indo e vindo de um trópico a outro” .
“Os tupinambás sabiam que a estrela (sic) Seichu ( As Plêiades ) começa a aparecer alguns dias antes das chuvas e desaparece no fim das mesmas ;ela reaparce acima do horizonte no começo das chuvas do ano seguinte de onde os maranhenses reconhecem perfeitamente o interstício e o tempo de um ano inteiro” Pelo exposto , os tupinambás conheciam a diferença e duração dos anos trópico e sideral .
“Eles atribuem à Lua o fluxo e o refluxo do mar” . Esta citação é relevante porque naquela época , as causas das marés ainda não eram cientificamente explicadas .
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