quinta-feira, 28 de abril de 2011

PONTO GAMA OU VERNAL - TEXTO - POST 192

PONTO GAMA OU VERNAL


        O ponto vernal ou gama marca  uma das intersecções  da Eclíptica   (caminho aparente do Sol sobre o fundo de estrelas durante o ano) com o "Equador Celeste" ( projeção do Equador Terrestre sobre a Esfera Celeste ).
O ponto vernal marca também a posição do Sol no Equinócio de 21 de março - Outono para nosso Hemisfério Sul -  ou de Primavera para o Hemisfério Norte .
O ponto vernal , graças à Precessão Equinocial   hoje se encontra no interior da constelação de Peixes , mas  há 2.200 anos atrás estava em Áries ( Primeiro Ponto de Áries ) . Futuramente   ele se situará  em Aquário e irá prosseguir em direção às outras constelações zodiacais .  Será necessário decorrer  26.000 anos para o ponto vernal voltar ao mesmo ponto. 
O  Sol movimentando -se ao longo da Eclíptica , desloca - se aproximadamente 1grau por dia. No dia 20 / 21 de março ele estava no ponto vernal ( ponto laranja do mapa anexo ) ; mas em  31 de maio ele se situava estava em Touro .( ponto amarelo do mesmo mapa ) .
O ponto vernal é a origem da contagem da Ascensão Reta  uma das Coordenas  que indica a Longitude Celeste.  
Em 20 / 21 de março  , quando o Sol atravessa o Equador Celeste - passando do Hemisfério Sul para o Hemisfério Norte - suas Coordenadas são : Ascensão Reta = zero horas e Declinação = zero graus .  

PONTO GAMA OU VERNAL - IMG - POST 191


O Ponto Gama ou Vernal marca a posição do Sol no Equinócio de 20/21 de março , entre as estrelas de Peixes ( círculo laranja )  . Este ponto é a origem da Ascensão Reta , medida da Longitude Celeste ( em cima ) . O método mais habitual para indicar a localização de um astro na Esfera Celeste é constituido pelas Coordenadas Esféricas :  Ascensão Reta ( alfa , no gráfico ) e Declinação ( delta , no gráfico ) ., em baixo . 

quarta-feira, 27 de abril de 2011

COORDENADAS CELESTES TEXTO POST 190

COORDENADAS CELESTES

Coordenadas Terrestres
Para saber com exatidão onde se situa  qualquer ponto da superfície terrestre ( cidade , porto , ilha , etc . ) usamos as coordenadas geográficas ou terrestres que   são  linhas imaginárias traçadas sobre o globo e mapas  terrestres: paralelos e meridinaos .
Latitude e Longitude e  Terrestres  

As latitudes terrestres vão  0 a 90 graus , norte ou sul e que aumentam de 0 na linha do equador -  marco inicial desta medida -  até  90 , nos pólos .  

As longitudes  vão de  a 180 graus ( Leste ou Oeste ) a partir do Meridinao de Greenwich , marco inicial desta medida .

Esfera  Celeste e Coordenadas Celestes

Nos primórdios da Humanidade acreditava – se que a Terra se situava no centro de uma grande esfera transparente como um  cristal e na qual os astros estavam cravados  como pedras preciosas . Daí  a concepção de uma “Esfera Celeste” para representar a abóbada celeste . Contudo , esta visão primitiva  mostrou - se tão conveniente que continua sendo adotada pela Astronomia atual .
Para saber com precisão onde um astro se situa na esfera celeste aplicam-se   as coordenadas  celestes : Ascensão Reta (AR) e Declinação (D) .
  Adota – se  , deste modo , em Astronomia a mesma idéia das  coordenadas geográficas , latitude e longitude .
A esfera celeste também é dividida em círculos análogos aqueles usados nos  mapas e globos terrestres , mas com nomes diferentes , exceto para o equador e paralelos .

Equador Celeste .  

O Equador Terrestre , projetado para a abóbada celeste ou  firmamento , gera o Equador Celeste.

Pólos  Celestes
       
O eixo de rotação da Terra, prolongado, forma os pólos celestes.

Meridiano Local  
 O prolongamento dos meridianos terrestres até a esfera celeste gera os meridianos celestes . O meridiano terrestre que passa por um dado local da Terra e o correspondente meridiano celeste são chamados  “meridianos do local” . Em outras palavras : a projeção da linha de longitude geográfica local gera o meridiano celeste .
A linha no Céu que vai do pólo norte ao pólo sul celeste e que passa sobre a cabeça de um observador, constitui o meridiano local deste observador (o Sol está no meridiano ao meio-dia, em latim “meridies”  - daí o nome).
O Sol , em seu curso diário pela esfera celeste , atinge sua posição mais alta e projeta sua menor sombra quando cruza o respectivo meridiano celeste .

Declinação  e Ascensão Reta

A Declinação astronômica  - identificada pela letra grega delta  -   equivale à latitude terrestre .
Define-se como declinação o ângulo entre o equador celeste e o astro  , medido sobre o meridiano deste. As declinações do hemisfério norte são positivas (+) e as do hemisfério sul são negativas (-)   ; no equador vale 0 grau e nos pólos 90 graus .
A latitude terrestre tem marco inicial na linha do Equador ao passo que a latitude celeste tem origem no Equador Celeste .

Ascensão Reta

A Ascensão Reta ( AR ) – identificada pela letra  grega alfa - corresponde à longitude terrestre .
Define-se como ascensão reta ( AR  ),  o ângulo entre o ponto gama e o meridiano da estrela medido sobre o equador celeste , no sentido para o leste.
No céu estabelece-se um determinado ponto entre as estrelas, chamado “ponto vernal” ou “ponto gama” como origem. Esse ponto corresponde a intersecção do Sol com o Equador celeste no instante em que o mesmo passa do hemisfério celeste sul para o hemisfério celeste  norte .
A longitude terrestre tem marco inicial no  meridiano de Greenwich , ao passo que a longitude celeste ( Ascensão Reta ) tem  marco inicial  no ponto gama ou ponto vernal .

Coordenadas de Sírio e de Touro

A estrela  Sírio (  Sírius ) tem as seguintes coordenadas : AR =6h45min e D = -16º 42’ ( a declinação negativa indica que ela está no hemisfério sul .
A constelação de Touro ( Taurus )  tem as seguintes coordenadas :  AR = 4h e D=+15º ( declinação positiva indica que ela  se situa no hemisfério norte .


COORDENADAS CELESTES IMG POST 189

COORDENADAS CELESTES - IMG - POST 188


No Sistema Horizontal de Coordenadas Celestes , o plano base é o horizonte , os pólos são o zênite e o nadir e as coordenadas são o azimute e  a elevação (altitude ) . Este sistema é gerado em torno de um observador ; todos os observadores no mesmo meridiano da Terra têm o mesmo meridiano celeste ,mas seus zênites  variam segundo suas distâncias ao equador .

terça-feira, 26 de abril de 2011

H.A.REY E AS CONSTELAÇÕES - TEXTO - POST 187

H . A. REY E AS CONSTELAÇÕES




Em Astronomia , amadores e profissionais  sabem que os nomes de muito poucas constelações  evocam  as formas por eles sugeridas .  Umas dessas raras exceções seriam por exemplo , aquelas chamadas Escorpião ( Scorpius ) e Cruzeiro ( Crux ) .
H . A . Rey ( Hans Augusto Reyersbach - *1898 , +1977 ) concebeu um modo  diferente  de representar   as constelações , permitindo  que   do melhor modo possível,  houvesse uma associação das  formas com o nome das mesmas . Em outras palavras mais simples , que Leão lembrasse um leão ,  Baleia , uma baleia  , Touro , um touro e assim por diante .
Os esquemas gráficos de Rey para as constelações  respeitam rigorosamente os limites estabelecidos pela União Astronômica Internacional e  a disposição  astronômica clássica da das estrelas -  que difere é apenas o modo como são traçadas as linhas que as unem entre si  .  Em alguns casos ,  foram suprimidas dos esquemas  algumas estrelas , cujo  brilho é ofuscado pela poluição luminosa das   cidades .
Em 1952 ,  H.A. Rey publicou um livro intitulado “The Stars : a New Way to See Them” – que se tornou  muito popular entre os astrônomos amadores e continua tendo  vária edições com atualizações científicas .
Atualmente os seus diagramas das constelações são aceitos universalmente , largamente difundidos e reproduzidos em vários atlas celestes e programas para  computadores .

H.A.REY E AS CONSTELAÇÕES - IMG - POST 186

H.A.RAY E AS CONSTELAÇÕES IMG POST 185

Constelações zodiacais segundo os esquemas de H . A . Rey .

segunda-feira, 25 de abril de 2011

ÍNDIOS DO MARANHÃO E ASTRONOMIA - TEXTO - POST 184

 ÍNDIOS DO MARANHÃO E ASTRONOMIA


        No Maranhão , em agosto de 1612 , tropas invasoras  francesas , partindo  da França e comandadas por  Daniel de La Touche, Sieur ( Senhor ) de la Ravadière  e François Sieur  de Razilly  instalaram uma colônia chamada “França Equinocial”  e  fundam São Luís , assim nomeada   em homenagem ao  rei Luís XIII .
Em 1615 ,  os portugueses comandados por Jerônimo de Alburquerque derrotarão  e  expulsarão os invasores gauleses   iniciando uma nova etapa na  colonização do território maranhense .
Yves d’Evreux e Claude d’Abbeville   frades capuchinhos vindos com de La Touche , publicarão respectivamente , duas  obras etnográficas  notáveis :
- “Viagem ao Norte do Brasil feita em 1613 e 1614”,   e    
- “História da Missão dos Padres Capuchinhos na Ilha do Maranhão e Terras Circunvizinhas” ( 1614 ) .

Claude d’Abbeville ( nome religioso de Clément Foulon )  nasceu em  Abbeville em data incerta e faleceu em Rouen em 1616 ou 1632 .
Abbeville escreveu três livros sobre o Brasil publicados na França entre 1614 e 1615 . O mais importante deles , supracitado , é considerado um clássico da literatura etnográfica indígena brasileira . Este religioso permaneceu apenas quatro meses no Maranhão , voltando em seguida à França .



A obra de d’Abbeville abriga entre suas páginas   um dos mais importantes documentos  sobre os conhecimentos astronômicos dos indígenas brasileiros , especialmente  sobre os hoje extintos tupinambás do Maranhão .
O texto do capuchinho é por sua natureza ,  de resumo difícil , contudo , de leitura agradável e merece  ser lido na íntegra pelos interessados . Cerca de 30 astros ( Sol , Lua , estrelas , constelações e planetas )  são minuciosamente descritos por Abbeville , sob a óptica tupinambá .
Referindo – se aos conhecimentos astronômicos dos tupinambás , escreveu d’Abbeville :
“ Poucos entre eles desconhecem a maioria dos astros de seu hemisfério ; chamam – nos todos por seus nomes próprios , inventados por seus antepassados” .
“Contam perfeitamente os anos com 12 meses como nós fazemos pelo curso do Sol indo e  vindo de  um trópico a outro” .
“Os tupinambás sabiam que a estrela (sic) Seichu ( As Plêiades ) começa a aparecer alguns dias antes das chuvas e desaparece no fim das mesmas ;ela reaparce  acima do horizonte no começo das chuvas do ano seguinte de onde os maranhenses reconhecem perfeitamente o interstício  e o tempo de um ano inteiro”   Pelo exposto , os tupinambás conheciam a diferença e duração dos anos trópico e  sideral .
“Eles atribuem à Lua o fluxo e o refluxo do mar” . Esta citação é relevante porque naquela época , as causas das marés ainda não eram cientificamente explicadas .

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ÍNDIOS DO MARANHÃO -E ASTRONOMIA - IMG- POST183

ÍNDIOS DO MARANHÃO E ASTRONOMIA - IMG - POST 182


Frontispício da obra " Histore de la Mission ....." de Claude d'Abbeville  , publicada em Paris , 1614 . O formato é típico da época : uma arquitetura simbólica cercada por alegorias , a França , a Igreja Católica francesa (apresentada como Nossa Senhora ) . Há duas estátuas lado a lado : S . Francisco ( alusão à Ordem do autor ) e  S. Pedro , ambas com índios  orando . Em relevos : selvagens  comem despojos humanos moqueados ( à esq. ) e um capuchinho batizando um silvícola (à dir. ) . Inscrições simbólicas em latim , dizem : "A França , a primeira primogênita da Igreja" e  "O Sol das Índias brilha , os lírios franceses reluzem ".
Dois escudos de armas , os lírios da França e o Sol como símbolo do Maranhão gaulês .


sábado, 23 de abril de 2011

ÍNDIOS DA PARAIBA E ASTRONOMIA - TEXTO - POST181

 ÍNDIOS DA PARAÍBA E ASTRONOMIA

Ambrósio Fernandes Brandão e os “Diálogos das Grandezas do Brasil”
       
O português Ambrósio Fernandes Brandão (*1555 ,+ ? ) , cristão – novo , fixou – se no Brasil em 1583 e mais tarde participou da  expedição de Martim Leitão e João Tavares  que culminou com a Conquista da Paraíba ( 1585) .
        Senhor de três engenhos de moer cana – de - açúcar  na várzea do rio Paraíba , passou a admirar tanto  a terra de adoção que a tomou apaixonadamente como tema para sua esplêndida obra , “ Diálogos das Grandezas do Brasil”.
        Neste livro , cujo manuscrito terminou em 1618 , Brandão  abordou com profundidade  a riqueza dos recursos naturais , a flora , a fauna e a vida social da Paraíba e por extensão ,  do Nordeste daquela época .
        Era médico , o que lhe permitiu tornar-se o precursor da Medicina Tropical brasileira .
        Quando faleceu , em data incerta , seus herdeiros retornaram a Portugal e os engenhos foram confiscados pela Companhia Holandesa da Índias  Ocidentais
        O manuscrito de 1618 foi descoberto pelo historiador  Francisco Adolfo Varnhagem , na Biblioteca Nacional de Portugal apenas na segunda metade do Século XIX .
        A  obra “ Dialógos das Grandezas”  é unanimemente  considerada como uma das mais importantes e fidedignas fontes de informação sobre ao aspectos físicos , sócio-econômicos , culturais e históricos do Nordeste do Brasil no Século XVII .


Os índios da Paraíba e os astros
       
Brandão , em sua obra , através dos diálogos entre seus personagens ficcionais , informa-nos que os indígenas da Paraíba sabiam tanto quanto os europeus sobre os corpos celestes , diferindo , obviamente ,  apenas nos nomes dados aos astros .

ÍNDIOS DA PARAÍBA - IMG - POST 180


Indígenas da Paraíba , distribuição geográfica  aproximada das etnias , segundo José Elias Borges .


sexta-feira, 22 de abril de 2011

ÍNDIOS DA PARAÍBA E ITAQUATIARA DO INGÁ - POST 179

ÍNDIOS DA PARAÍBA E A ITAQUATIARA DO INGÁ


        “Tapuia” é um termo consagrado ao longo de séculos para designar uma classe de povos indígenas do Brasil , divididos em dois grandes grupos :
        1 – tupi – guaranis ( tupinambás ) habitantes da orla  litorânea  , e um outro ,
        2 – tapuias ,  que habitavam as regiões interioranas do país .
        Atualmente associa-se o termo tapuia ao tronco lingüístico  Macro – Jê , ao qual se filia a família Jê, que tem a peculiariedade de estar presente apenas em território brasileiro , sem representantes em outros países das Américas .
O vocábulo “tapuia”  significa : “ forasteiro , bárbaro , aquele que não fala nossa língua , nosso inimigo” , etc. , obviamente  de procedência tupi .


Na Paraíba colonial , havia pelo menos 3 grupos indígenas distintos :
        1 – tupís,
2 – tarairiús e
3 – carirís .

Estes silvícolas  se diferenciavam entre si  segundo vários aspectos : histórico
- geográficos  ( origens ) , costumes , língua ,características  físicas , religião , organização civil , armas ,táticas de combate , habitações , agricultura , caça e pesca , etc .

1 – Tupís .

Os tupís ,  residentes no litoral paraibano , eram divididos em :
a)   potiguaras ( ao norte do rio Paraíba ) , e
b)  tabajaras ( ao sul do mesmo rio ) .

2 - Tarairius .

Os tarairiús formam um grupo linguístico distinto dentre os índios nordestinos  e estão afiliados ao tronco Macro- Jê , tal como os carirís .
        Os tarairiús foram magnificamente retratados à época de Nassau pelo pintor  holandês Albert Eckout ,  em sua caracaterização dos tapuias .
         Tarairiús eram os ariús , janduís , canidés , sucurús, pegas e panatís .
Durante a Dominação Holandesa  do Nordeste (1630 – 1654 )  os batavos mantiveram uma relação amistosa   e firmaram alianças com os tapuias da nação tarairiú . Na história do Brasil Holandês ficou célebre o nome dos tapuias devido ao seu ódio mortal  aos portugueses , às guerras com  os seus vizinhos e à valiosa  colaboração prestada aos neerlandeses .

3 – Carirís

Os carirís ( bultrins , fagundes , carnoiós e icós  ) ocupavam a  parte sul da capitania paraibana ao longo do rio Paraíba , numa  área que ia desde o planalto da Borborema até os limites com o Ceará , Rio Grande do Norte e Pernambuco . Carirí significa “tristonho , calado , silencioso”, etc.
        Estes indígenas diziam ter migrado  em tempos muito remotos de um grande lago ,  situado possivelmente na região amazônica ou da própria Lagoa Maracáibo , na Venezuela .
        Os carirís nordestinos foram protagonistas de sangrentos confrontos conhecidos como “Confederação dos Carirís ou  “Guerra dos Bárbaros” ,  iniciados em 1683 , numa tentativa de recuperar extensas glebas de terra tomadas pelos fazendeiros  lusos . Em 1713 , a metrópole portuguesa enviou um expedição que praticamente   exterminou todos os insurgentes , sem distinção de sexo ou idade ,  num genocídio atroz .

Os carirís teriam sido os autores  da itaquatiara do Ingá ?

Segundo o arqueólogo L . F . R . Clerot ( “30 Anos na Paraíba” – 1969 - Editora Pongetti   ) , a itaquatiara do Ingá deve ter sido insculpida pelos carirís ;  a constelação gravada na laje que lhe forma o piso , a de Órion , refere-se à lenda do “ Homem da Perna Cortada” , largamente difundida entre as tribos setentrionais , o que parece confirmar a origem amazônica destes índios .





Falecimento do prof . José Elias  Borges ( *1932 + 2010 )

Faleceu em agosto de 2010 ,  o prof. José Elias Borges , autor de preciosos e aprofundados estudos etnográficos e lingüísticos  sobre as etnias nativas do Estado da Paraíba . A Cultura paraibana  está de luto .
O erudito e poliglota  José Elias Borges , além de extensa bibliografia ,   legou-nos uma obra - ainda no prelo - resumindo os resultados de suas longas e abalizadas pesquisas sobre os silvícolas paraibanos .

ÍNDIOS DA PARAÍBA E ITQUATIARA DO INGÁ - IMG - POST 178


Distribuição geográfica aproximada  das etnias indígenas da Paraíba , segundo José Elias Borges .


177

quarta-feira, 20 de abril de 2011

ITAQUATIARA DO INGÁ - IMG.- POST.176

Itaquatiara do Ingá (PB) . Glifos do painel vertical da itaquatira , insculpidos no monólito de gnaisse .

A ITAQUATIARA DO INGÁ , O QUE É . TEXTO - POST175

A ITAQUATIARA DE INGÁ , O QUE É  

A Pedra Lavrada ou  a Itaquatiara de Ingá se encontra às margens do rio de mesmo nome , tributário do rio Paraíba , seis quilômetros a jusante da sede do município  homônimo , no interior da Paraiba . Ingá situa – se  a noventa e sete quilômetros de João Pessoa , capital do Estado e a trinta e nove quilômetros da cidade de Campina Grande .
        As coordenadas a geográficas do local são : 7o 16’ 04” de latitude sul e 35o 36’ 46” de longitude oeste.
Itaquatiara é um vocábulo de origem tupi ou nheegatú composto por itá = pedra e quatiara = gravação,pintura, escrita , escultura ou inscrição (ita + kwati - ara ) . Em Botânica , Ingá , do tupi i – ga , é o nome comum a várias arvoretas da família das leguminosas mimosáceas .
O município de Ingá se situa no agreste acatingado (caatinga litorânea) , zona de transição entre a estreita planície litorânea atlântica  e as escarpas orientais do Planalto da Borborema , no agreste .
Naquele local clima  é seco , pois os ventos alísios , após atravessarem  o angustiado litoral , rapidamente perdem ali parcialmente  sua umidade ; a evaporação e a insolação são intensas e a temperatura oscila entre 22o C e 34o C .
Não obstante a aridez do ambiente, é  pitoresco o local onde se situa a itaquatiara , com os juazeiros de folhagem perene salpicando de verde o cinza dos pedrouços por onde o Ingá corre levemente encachoeirado.
Ali , na face leste de um grande bloco de gnaisse que divide este  rio em dois braços , há um conjunto de exóticos e intrigantes  desenhos insculpidos em meia-cana e emoldurado superior e horizontalmente  por uma  sucessão de mossas  ( depressões hemisféricas ) . Este painel vertical  ostenta figurações de seres humanos ( antropomorfas ), animais ( zoomorfas ) , plantas (fitomorfas ) e geométricas  ( círculos , espirais , retângulos ), etc. No  topo plano deste bloco  há também ,embora em menor número , outras   inscrições ( círculos concêntricos  , mossas , etc.) .
Este rochedo mede grosseiramente 16 metros  de comprimento e na sua parte mais elevada atinge 3 metros e 70 centímetros .
Às margens do braço esquerdo do Ingá , sobre uma laje que lhe serve de leito , em ângulo diedro com o monólito acima , se encontra um conjunto de representações estelares , que formam o que chamamos de painel horizontal da itaquatiara.
Nas margens do braço direito do Ingá , uma série de “caldeirões” – covas circulares  e de paredes lisas – resultantes de erosão , apresentam no seu interior algumas inscrições .
Os glifos da itaquatiara de Ingá foram interpretados por diferentes estudiosos  como símbolos gregos paleográficos , hieróglifos da Ilha da Páscoa  dos  egípcios , dos  hititas , dos  fenícios  etc.; os adeptos das teses de Erich von Daeniken ( “Eram dos Deuses Astronautas ?” )  , acreditam que as inscrições ingaenses são prova material do contato entre alienígenas e silvícolas brasileiros  na pré-história .
Há alguns anos tornamos pública nossa versão sobre o significado  dos glifos do painel vertical da Pedra do Ingá ( “Uma Nova Interpretação das Itaquatiaras do Ingá”, em  “O Estado de S.Paulo”, 8.4.84 ) e publicamos um pequeno livro sobre o assunto (“Os Astrônomos Pré – Históricos do Ingá” , Ibrasa, 1987, São Paulo ) .
 Dizíamos então : “Parece-nos que as figuras insculpidas no painel vertical da itaquatiara do Ingá  são desenhos estilizados das constelações zodiacais principalmente, e de outras ,vistas na latitude local durante o ano” .
Nossa interpretação se amparava no fato de que ,entre outros , uma sobreposição de aquelas  inscrições   sobre um planisfério celeste , desenhado à escala , mostrava uma coincidência razoavelmente aceitável  entre ambos .
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terça-feira, 19 de abril de 2011

AZIMUTE,ELEVAÇÃO E CULMINAÇÃO - POST 173

Azimute , Elevação e Culminação – o que são ?

Algumas páginas adiante reproduziremos um “cartoon” , em que um dos personagens interroga:  
- Ei , onde aquele cometa vai aparecer ?
O outro responde : - A Culminação será 23:45 ,  em Azimute  90º e Elevação  85º.
O primeiro deles faz então  uma cara de quem acabou de ouvir uma mensagem em código indecifrável .
Em verdade a resposta dada não é tão sibilina assim  . A informação fornecida  é bem  mais simples do que parece , como veremos  após  analisarmos   mesmo superficialmente  -  os termos nela empregados : Azimute , Culminação e Elevação .
1 - Azimute
Azimute é uma palavra de origem árabe “as-sumut”=  “caminho” e é uma direção astronômica .
As medidas azimutais angulares,  sempre feitas no sentido horário , indicam os seguintes pontos cardeais : 0°( Norte ) , 90º ( Leste ),180 ( Sul ) e  270º ( Oeste ) .


Os ângulos do Azimute  , são medidos  em um plano horizontal , entre uma reta deste plano e a reta que aponta para o Norte.
Há portanto , 3 tipos de azimutes :
1 – magnético : medido a partir do Norte Magnético , indicado pela bússola .
2 – geográfico : medido a partir do Norte Geográfico ,em direção ao Polo Norte .
3 – cartográfico : medido a partir do Norte Cartográfico , pela direção das linhas verticais das quadrículas da carta .
2 – Elevação / Altitude / Altura
Em astronomia, a altura / altitude / elevação de ponto da esfera celeste é a distância angular entre esse ponto e o plano do horizonte astronômico, medida ao longo da vertical que passa pelo ponto. É uma das coordenadas horizontais do sistema de coordenadas celestes.
A altura tem um valor compreendido entre 0° ( horizonte ) e 90° ( zênite ) .
Se o ponto se acha acima do horizonte -  o ângulo  compreendido entre o horizonte e o zênite - toma um valor positivo ( + ) .

3 –Culminação / Passagem Meridiana
Culminação ou Passagem Meridiana é o momento em que um astro cruza o meridiano local  do observador .
A linha imaginária no céu que vai do pólo norte celeste  ao pólo sul celeste e que passa sobre a cabeça de um determinado observador, constitui o meridiano local deste observador . O Sol está no meridiano ao meio-dia, em latim “meridies”  -  daí o nome.
Podemos também entender o meridiano como a projeção da linha da longitude geográfica  local sobre o firmamento.
Todo astro experimenta duas passagens meridianas, que são chamadas culminação inferior e culminação superior.
A culminação inferior é a passagem meridiana em que o astro cruza o meridiano local no semicírculo que une os pólos celestes e o  nadir.
 A culminação superior é a passagem meridiana em que o astro cruza o meridiano local no semicírculo que une os pólos celestes e o zênite.
O tempo entre duas passagens meridianas consecutivas de um mesmo astro é de 12 horas.

Passagem meridiana do Sol

O instante da passagem meridiana do Sol corresponde ao chamado meio-dia verdadeiro. Nesse momento, o Sol atinge o ponto mais alto de sua órbita aparente na esfera celeste , naquele  dia .
Retornando ao início desta postagem , certamente o primeiro interlocutor , de posse dessas informações não teria dificuldades em localizar nos céus  o  cometa que procura .

AZIMUTE,ELEVAÇÃO E CULMINAÇÂO - POST 172



Vide texto . Desenhos baseados em material gentilmente cedido  por Jimmy Christian Weinschutz  ,<http://www.geekbase.com.br/cultura/astro -_intro.asp> .
 

AZIMUTE,ELEVAÇÃO E CULMINAÇÂO - POST.171

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quinta-feira, 14 de abril de 2011

NASCIMENTO HELÍACO DAS ESTRELAS - TEXTO - POST169

NASCIMENTO HELÍACO - IMG.- POST.168


Nascimento helíaco ( esquemático ) . A estrela X nasce , mas o Sol ainda está presente , de modo que ela não é visível ( esq ). O Sol deslocou - se para leste em relação às estrelas e nasce ao mesmo tempo que a estrela X , mas o clarão da alvorada impede e visualização da estrela ( no centro ) . Finalmente , o Sol deslocou - se  suficientemente longe para este da estrela , permitindo que pela primeira vez no ano , a estrela seja vista , no céu antes da alvorada ( dir ) .


NASCIMENTO HELÌACO - IMG - POST.167

VOID

quarta-feira, 13 de abril de 2011

NASCIMENTOS E POENTES DOS ASTROS - TEXTO - POST.166

NASCIMENTOS  E POENTES DOS ASTROS


Astronomicamente há oito tipos de nascentes / nascimentos  e de  ocasos /poentes dos astros .  
Sob o ponto de vista arqueoastronômico interessam–nos apenas quatro , ou seja , apenas aqueles passíveis de observação pelos homens das antigas civilizações :  
1 – nascimento / nascente helíaco  
2 - poente / ocaso helíaco
3 – nascimento / nascente  acrônico aparente  
4 – poente / ocaso  cósmico aparente.

1 – Nascimento / nascente  helíaco

O nascimento helíaco ocorre no primeiro dia em que a estrela é vista fugazmente no horizonte oriental (leste) antes do nascer do Sol.
Nos dias que antecedem o nascimento helíaco, o Sol nasce antes dela e seu fulgor impede sua visualização. Dias mais tarde, o Sol e a estrela nascem ao mesmo tempo (nascimento cósmico), mas a luz solar ainda não permite que a estrela seja vista. Finalmente, o Sol move-se o suficientemente distante para permitir que, pela primeira vez no ano, a estrela possa ser vista.
O intervalo entre dois nascimentos helíacos corresponde ao ano sideral, equivalente a 365d, 6h, 9m, 10s, um pouco mais longo que o ano trópico ou solar.

2 -  Poente / ocaso  helíaco

O poente helíaco ocorre no crepúsculo vespertino quando pela última vez a estrela é vista se pondo. No crepúsculo seguinte a estrela passará abaixo do horizonte quando ainda há bastante luz solar para ser vista.

3 – Nascimento / nascente acrônico aparente

O nascimento acrônico aparente ocorre no crepúsculo vespertino quando pela ultima vez a estrela é vista nascendo. No crepúsculo seguinte a estrela nascerá enquanto ainda há bastante luz solar para ser vista.

4 -  Poente / ocaso  cósmico aparente

O poente cósmico aparente ocorre no crepúsculo matinal quando pela primeira vez a estrela a estrela é vista se pondo. No crepúsculo anterior a estrela não conseguiu atingir o horizonte oeste antes que a luz solar a tornasse invisível.




sexta-feira, 8 de abril de 2011

MAPA CELESTE - CONSTELAÇÕES ZODIACAIS II - POST 162

Em cima : constelações zodiacais de Capricórnio ( Capricornus ) , Aquário ( Aquarius ) , Peixes ( Pisces ) e Carneiro ( Aries ) . Em baixo : constelações zodiacais de Touro ( Taurus ) , Gêmeos ( Gemini ) e Câncer ( Cancer ) .  

MAPA CELESTE - CONSTELAÇÕES ZODIACAIS I - POST 161

Em cima : constelações zodiacais de Leão ( Leo ) ,Virgem ( Virgo ) e Balança ( Libra ) . Em baixo : constelações zodiacais de Escorpião ( Scorpius ) , Sagitário ( Sagittarius ) e Capricórnio ( Capricornus ) .