segunda-feira, 29 de novembro de 2010

VÊNUS E OS MAIAS - TEXTO - POSTAGEM 70

VÊNUS E OS MAIAS

Os Maias , cuja Era Clássica situa – se entre   300 d.C. – 800 d.C. , desenvolveram simultaneamente  vários calendários . Um dos calendários religiosos  , chamado Tzolkin tinha um ano de 260 dias . O calendário civil , chamado Haab , tinha um ano de 365 dias .O mínimo múltiplo comum (MMC)  de 260 dias  e de  365 dias é 18 . 980 dias ou 52 anos Haab ou 73 anos Tzolkin .
Havia um outro calendário religioso baseado no ciclo de Vênus.  É possível que os maias soubessem  mais sobre a astronomia deste planeta  que as civilizações contemporâneas  de outros Continentes . Eles observavam   obsessivamente os deslocamentos de Vênus  pelos céus e talvez considerassem- no  mais importante que o Sol .
Para os maias , Vênus era a manifestação celeste do deus Kukulcan . Na língua maia este planeta  era chamado Chak – Ek’; a estrela d’Alva era Ah-Chicum e Lamat , a estrela Vespertina .  
O calendário religioso baseado nos movimentos cíclicos de Vênus servia aos sacerdotes  -  astrônomos  na  escolha  da ocasião mais propícia  para eventos importantes tais como rituais , sacrifícios , coroações e início de guerras .
No Códex de Dresden há seis  páginas dedicadas à precisa localização de Vênus em seu ciclo celeste . Os códices são os quatro únicos documentos escritos pelos Maias que escaparam à destruição pelos espanhóis . Eles são conhecidos pelo nome dos locais onde foram conservados e arquivados ( Dresden , Madri , Paris e Grolier ) .  
A  data do nascimento helíaco de Vênus, deveria ser especialmente temida e haveria  uma justificada  preocupação com quando e onde ele  poderia aparecer logo depois de estar oculto pelo Sol .
Os Maias fizeram a olho nu  uma minuciosa ,   precisa e completa observação sobre a aparição de Vênus como Estrela da Manhã , Estrela Vespertina ,  intervalos de seus  desaparecimentos por trás e pela frente do Sol e inclusive , quando aparecia à luz do dia .
Vênus precisa de 225 dias para orbitar  em torno do Sol, mas visto da Terra , ele parece demorar 584 dias  para ir uma de um ponto a este do Sol e voltar à mesma posição ,o que se chama de período sinódico .Na sua órbita em torno do Sol , Vênus parece “ultrapassar” a Terra a cada 584 dias e nessas ocasiões ele muda de “Estrela” Vespertina” visível após o por do Sol , para “Estrela” d’Alva” observável  antes do nascer do Sol .  
              Como Vênus se encontra mais próximo do Sol do que a Terra , ele pode ser visto aproximadamente na mesma direção do Sol . Vênus atinge seu brilho máximo algumas horas antes da alvorada ou depois do ocaso, sendo por isso conhecido como a estrela da manhã ( Estrela d'Alva ) ou estrela da tarde ( Vésper  ) .
Vénus é sempre mais luminoso  que as estrelas mais brilhantes ,  com o que o planeta pode ser visto facilmente quando o Sol está baixo no horizonte .
À medida que se move em sua órbita , Vênus apresenta , à visão telescópica, fases como as da Lua.
Conjunção Inferior e Conjunção Superior
A  Conjunção Inferior ocorre quandos os planetas interiores ( Vênus e Mercúrio )  estão  alinhados entre a Terra e o Sol .
A Conjunção Superior acontece quando  estes mesmos planetas estiverem atrás do Sol , isto é , num alinhamento Terra , Sol e planeta .
Ano Venusiano e Terrestre
              Os maias estavam muito interessados nas várias combinações numéricas de datas obtidas por associação   entre os diferentes tipos de calendários que usavam simultâneamente .

              Os ciclos de Vênus considerados pelos maias  eram de dois tipos : um deles era o ano venusiano sinódico médio de 584 dias.

              Eles  estudaram a comensurabilidade do ano venusiano e daquele de 365 dias que também usavam .
Oito anos vagos correspondem exatamente a 5 anos venusianos ou 2.920 dias . Após 2.920 dias Vênus regressa ao mesmo lugar no céu quase na mesma época do ano .
               Outro  ciclo venusiano considerado   era  um “grande ciclo “ de 37.960 dias  ( o mínimo múltiplo comum - MMC ) do calendário Tzolkin  e o ano venusiano , igual a 104 anos calêndricos .    

              A procura e a tentativa  em estabelecer uma  correlação entre os anos de Vênus e os da Terra podem  ter levado os maias , conscientes dos números , a observar tão cuidadosamente este planeta . Neste aspecto , os maias se comportavam mais como os babilônicos , também mais interessados em cálculos numéricos  do que  como os gregos , mais envolvidos com a geometria da Astronomia .  


























VENUS E OS MAIAS - POSTAGEM 69

VÊNUS E OS MAIAS - POSTAGEM 69

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

UMA FESTA TAPUIA PARA UMA ESTRELA - TEXTO - POSTAGEM 68


"Nascimento helíaco das estrelas"

As estrelas nascem e põem-se a todas as horas do dia e da noite ; durante um determinado   período do ano uma certa estrela nasce à noite e em outra ocasião ela nasce de dia , após o nascer do Sol , cujo brilho a torna invisível . Em certa ocasião  ela nasce simultaneamente com o Sol mas  ainda  permanece invisível ; cerca de 12 dias mais tarde ela é vista  pela primeira vez no ano no céu da alvorada – diz-se então que a estrela "nasceu heliacamente".
Os nascimentos helíacos das estrelas são referências celestes especialmente notáveis   no estabelecimento de um calendário , pois entre dois nascimentos helíacos estelares decorrem 365.25  dias , ou 365 dias em números redondos .
            O nascimento helíaco de Sírio ( atualmente em 21 de julho ) , era considerado tão  importante  pelos antigos egípcios a ponto de marcar o início do seu  novo ano , a partir de 2773 a . C .  Na  Meso - América pré-colombiana o nascer helíaco das Plêiades ( entre  maio e  junho) balizava o princípio  de novo ano . 

Uma grande festa tapuia para uma estrela

O historiador Gaspar Barléu ( 1584 - 1648 ) , cronista  do Brasil Holandês ( 1630 – 1654 ) e autor de “História Dos Feitos  Recentemente Praticados Durante  Oito Anos No Brasil”, ( 1647 ) , relata  uma concorrida  festa  dos  tapuias do Nordeste , comemorada  “anualmente”   durante três dias , em homenagem à Ursa Maior ou  “Setentrião” , “adorada em lugar de Deus”. Escreveu Barléu : “Quando de manhã  vêem esta constelação , alvoroçam-se  de alegria e dirigem-lhe cantos , danças , etc.”
Acreditamos que esta  efeméride comemorada tão efusivamente  é condizente com o nascimento helíaco de estrelas de uma constelação .  Contudo , sempre causou-nos estranheza o fato de  aborígenes dos trópicos  reverenciar uma constelação circumpolar do Norte e  parece - nos que faria mais sentido que venerassem uma outra constelação , tal como as Plêiades ( Eixu ).
As sete  estrelas principais da Ursa Maior eram referidas  pelo romanos  como  “Septem Triones ( Os Sete Bois ) ; sete também é o número  das estrelas das Plêiades ( Sete Irmãs) , o que teria confundido Barléu ou quem colheu a informação diretamente dos indígenas  .
O judeu - alemão Jacob Rabi que conviveu vários anos com os índios do Nordeste teria sido uma fonte de informação sobre seus costumes  , para alguns cronistas da época . O  nome de Jacob Rabi  está associado ao abominável episódio  da "Chacina de Cunhaú" , em 1645 , no Rio Grande do Norte .


quarta-feira, 24 de novembro de 2010

UMA ESTRELA,UM RIO E UM SOLSTÍCIO NO EGITO - POSTAGEM 67

UMA ESTRELA ( Sírio ) , UM RIO ( Nilo )  E UM
SOLSTÍCIO ( Verão )   NO ANTIGO EGITO

Imaginemos que a Primavera está chegando ao fim , no Egito  Antigo .   A estrela Sírio ou Sopdet para os egípcios ,  nasceu a leste , na margem do Nilo oposta às   Pirâmides , mas não pode ser percebida pelos sacerdotes – astrônomos  porque ofuscada pelo  Sol nascente .

No dia seguinte , o Sol parece que se deslocou para leste em relação   a Sírio . À medida que se aproxima o Solsticio de Verão , o Sol nasce ao mesmo tempo que a estrela , mas o clarão  deste é  ainda suficientemente intenso   para que ela  seja percebida .

Cerca de uns 12 dias mais tarde , ( atualizado para 21 de junho ) , o Sol deslocou-se suficientemente para leste de Sírio e permite pela primeira vez no ano que a estrela seja vista no Céu antes da alvorada . Diz-se então que Sírio “nasceu heliacamente” .
A cada dia que passa  após seu  nascimento helíaco , a estrela parecerá levantar-se mais cedo e permanecer  por mais  tempo no céu  antes que seu brilho  seja  oculto pelo Sol nascente .

No Antigo Egito o “nascimento helíaco” de Sírio coincidia aproximadamente com as inundações  fertilizadoras do Nilo e o começo do Solstício de Verão . Esta associação  “estrela – rio – solstício” foi  tão  significativa a ponto de  a efeméride ser adotada como o início de um novo ano egípcio .

Oeste e Leste na Esfera Celeste

O astrônomo amador , geralmente  autodidata , encontra às vezes certa  dificuldade em entender os termos Oeste e Leste na Esfera Celeste .
De maneira muito singela pode – se dizer o seguinte :
os astros a Oeste do Sol , precedem – no seu movimento diurno e  portanto   “nascem antes” e “deitam-se antes”  dele .
Por sua vez , os astros a Leste do Sol seguem - no   no seu movimento diurno e  “nascem após”  e se “põem” após ele .

Ano Sótico

O Ano Sótico é intervalo de tempo entre dois nascimentos helíacos de Sírius , igual ao ano sideral de 365.25 dias . 

Sírio e os rituais funerários egípcios

Sírio desaparece dos Céus durante 70 dias antes de surgir no nascimento helíaco e segundo os sacerdotes egípcios estaria  em Duat   ,o mundo subterrâneo . Os embalsamadores egípcios demoravam iguais 70 dias para  preparar um corpo para os funerais . “A linguagem do ciclo estelar parece corresponder á linguagem do rito funerário” ( Edwin C . Krupp em  “No Rastro de Antigas Astronomias”) .     


Reformas calêndricas

O calendário solar egípcio baseado no ano sótico
 sofreu uma correção pelos romanos  apenas em 46 a.C. ( Calendário Juliano ) , sob o imperador Júlio César  . Em 1582 , o papa Gregório XIII  reformou este calendário e  implantou um novo , ( Calendário  Gregoriano ) , usado até hoje pela maioria das  nações .

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

ALINHAMENTOS ASTRONÔMICOS AZIMUTAIS - TEXTO - POSTAGEM 66

ALINHAMENTOS ASTRONÔMICOS AZIMUTAIS

O construtores da Civilização Megalítica foram capazes de  desenvolver um método de observação astronômica que os habilitou a indicar os pontos do nascer e do por do Sol , da Lua e de outros astros , ao longo do horizonte .
A Civilização Megalítica ou Cultura Megalítica da Europa foi uma civilização pré-histórica ( circa 4.800 a.C.) e pré-literata que nos legou grandes monumentos de pedra ( megalitos) dispersos através daquele continente .
O complexo arquitetônico de Stonehenge na Inglaterra , é certamente a mais conhecida das realizações  desta notável civilização .
 À falta de adequado  instrumental  mecânico  e óptico , os astrônomos pré -  históricos observavam a olho nu o horizonte para determinar  o progresso de certos ciclos astronômicos . Para tal fim , eles precisavam de um  ponto  de permanência e um local de observação .
O astrônomo poderia marcar com uma estaca o necessário ponto fixo para ver o Sol nascer   ou    de ocultar  atrás de um ponto de referência distante ( e.g. pico de uma montanha ) .
No Hemisfério Norte , cada dia à medida que o solstício de Verão se  aproximava , o Sol parece por-se à direita do ponto de referência  e, por sua vez, cada dia os astrônomo move a estaca para a esquerda para manter o alinhamento correto entre o pico da montanha  e o por do Sol . A posição mais a esquerda da estaca assinala a posição e o tempo do alinhamento do  solstício .
Os alinhamentos astronômicos azimutais (em função das posições do nascer ou do pôr dos astros, em relação ao horizonte  nos equinócios, solstícios e pausas lunares)  são materializados :
 - quer através da posição de elementos do próprio monumento megalítico ,
 -  quer dos monumentos entre si , quando múltiplos ,
 -  quer ainda da relação espacial entre estes e certos elementos da paisagem natural ( montanhas ou outros acidentes geográficos circunvizinhos  ) .

O que é um azimute

Um azimute ( do árabe “as – sumut” =  rumo ) é uma direção expressa em graus ,variando  entre 0 gr. e 360 gr. A direção de 0 gr. corresponde ao Norte e aumenta no sentido direto dos ponteiros do relógio .

Tipos de  azimute

Há 3 tipos de azimute :
1-  Magnético ( medido a partir do Norte Magnético da bússola )
2-  Geográfico ( medido a partir do pólo norte geográfico )
3-   Cartográfico ( medido a partir do Norte cartográfico )
Os arqueoastrônomos avaliam os alinhamentos   medindo o azimute da estrutura estudada e a altitude do horizonte à sua frente .

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

ARQUEOASTRONOMIA - O QUE É - TEXTO - POSTAGEM 65

ARQUEOASTRONOMIA


A Arqueoastronomia estuda as práticas astronômicas , mitologias , religiões e concepções  do Cosmo nas Antigas Civilizações ,  portanto , é  considerada como uma “Antropologia da Astronomia”  .
A Etnoastronomia ou Astronomia Cultural  dedica – se ao estudo  dos conhecimentos astronômicos dos povos atualmente existentes .
A palavra  “Arqueoastronomia”  foi cunhada apenas em 1973 , não obstante alguns astrônomos antes desta  data terem se desempenhado como autênticos   “arqueoastrônomos”  . Por  exemplo , Sir  Norman Lockeyer ( 1836 – 1920 )   considerado como “ o “Pai da  Arqueoastronomia” , escreveu seu livro seminal  “Dawn of Astronomy” ,   em 1894 .

O conhecimento astronômico antigo  fez-se  sobre três bases:
  • Cosmologia : visões astronômicas  da Terra e do Cosmo ( eclíptica, constelações ,pontos cardeais,etc )
  • Fenômenos cíclicos ( equinócios,solstícios,eclipses,etc )
  • Fenômenos  não  - cíclicos ( asteróides , meteoros, supernovas ,etc) .
O conhecimento de um determinado fenômeno astronômico por parte de uma antiga civilização não implica automaticamente na compreensão  de suas causas .
Na remota Antiguidade , a falta de preciso instrumental astronômico ( mecânico e óptico) , parece ter sido  compensada por uma  paciente , sensível e prolongada  observação dos Céus pelos  sacerdotes – astrônomos .     
As principais edificações  da Antiguiade já estudadas pelo arquoastrônomos são as seguintes :
1 – Túmulos de  Newgrange , na  República da Irlanda 
2 –  Pirâmides de Gizé , no  Egito 
3 –  Pirâmide maia de Kukulcã  ( El Castillo)
4 –  Complexo megalítico de Stonehenge , na  Inglaterra   
5 –  Túmulos de Maeshowe – nas ilhas Orkney , Escócia 
6 -  Complexo arquitetônico de Uxmal , no Yucatã , México
7 – Monólitos ( Menhires ) de  Carnac , Bretanha , na França .  

O leitor neófito , interessado em Arqueoastronomia ,terá muito proveito na leitura de livros e trabalhos assinados  pelos  seguintes autores , já consagrados nesta área , tais como :   Gerald  Hawkings , Edwin C. Krupp , Alexander e Archibald  Thom , Fred Hoyle , John A . Eddy , Anthony Aveni , etc .

terça-feira, 16 de novembro de 2010

STONEHENGE & GERALD HAWKINS - POSTAGEM 64

O astrônomo inglês Gerald S.Hawkins ( 1928 – 2003 ) , professor da  Universidade de Boston ( EUA ) , publicou em 1965 o livro “Stonehenge Decoded” ( “Stonehenge Decifrado”) sobre esta notável construção megalítica inglesa . Esta obra , despertou uma acesa polêmica entre astrônomos  e incendiou  a imaginação de milhares de leitores  ao considerar Stonehenge como  um “computador pré – histórico” , capaz de prever  equinócios ,  solstícios e eclipses .
Embora Stonehenge  ter sido estudado sob o ponto de vista astronômico já a partir de  1771  por vários autores , a obra de Hawkins tirou-o  do reduzido  círculo  da comunidade científica  lançando-a ao grande público e tornando  popular a  arqueoastronomia .
Stonehenge , lamentavelmente , é fruto de uma cultura que não deixou registros escritos e por isso objeto de muita especulação , na maioria da vezes fantasiosas . 


Atualmente admite-se que Stonehenge além de ter sido  um observatório astronômico , fora  também  um complexo arquitetônico multifuncional  destinado  a sepultamentos , orações ,  rituais religiosos , peregrinações  e santuário para curas ( uma espécie de Lourdes ou de Fátima daquela época ) .
Não obstante as várias  críticas e muitos  reparos feitos pelo “establishment” científico  internacional  ,  “Stonehenge Decoded” tTtornou-se um marco na literatura da Arqueoastronomia  , porque  estimulou a discussão sobre o tema e a divulgação e leitura  de textos de outros astrônomos  tais como , Norman Lockeyer , Fred Hoyle , Alexander Thom , etc .

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

TEORIAS DE MOREUX,SANTILLANA E DECHEND - POSTAGEM 63

Os arqueoastrônomos , por unanimidade , aceitam que os conhecimentos e tradições astronômicas iniciadas na Mesopotâmia ( 5.000 a.C. - 331 a.C. )  com os assírios e caldeus continuaram com os  medos , persas , hindus , egípcios , gregos e romanos ;  por meio destes dois últimos chegaram  até nós .
Porém , de tempos em tempos , surgem alguns estudiosos que defendem  a existência de uma civilização de grande saber astronômico e de avançada tecnologia  em  datas bem anteriores à Mesopotâmia . Entre estes , destacaram-se o abade Moreux , Giorgio Santillana e Hertha Von Dechend .

Hipótese do abade Moreux ( União Primigênia dos Homens e sua Posterior Dispersão )

O religioso  Théophile Moreux ( 1867 – 1954 )   astrônomo francês , notabilizado por sua paixão em divulgar a   Astronomia ( “La Revue Du Ciel”  ) acreditava que :
1 - as tradições astronômicas comuns a   civilizações atualmente  muito diferentes deveriam   remontar a uma Era  em que os homens todos estavam reunidos e compartilhavam  dos mesmos conceitos e observações astrais ( União Primigênia ou Primordial ) .
2 - naquele mundo anterior unido , teria havido  uma  brusca ruptura  e como resultado , os homens perderam contato uns com os outros . (Dispersão).
3 – contudo , os povos dispersos conservaram alguns nomes , tradições mitológicas e científicas comuns , mas depois da separação teriam decaído  


Hipótese de Santillana e Von Dechend


O livro “Hamlet’s  Mill” ( 1ª Ed . Boston , 1969 ) por  Giorgio de Santillana ( professor de  História  da  Ciência ,  do MIT ) e  Hertha von Dechend   (cientista  da  Johann Wolfgang Goethe – Universität ) versa sobre a relação entre Astronomia e Mitologia , a partir  da perspectiva da História  e Mitologia Comparadas .  
Os autores acreditam que entre 4.000 a.C. e 100 a.C . teria existido um sistema arcaico de conhecimento astronômico prevalente no mundo proto – civilizado ou civilizado .
Segundo eles , nossos  mais remotos ancestrais estavam particularmente fascinados e envolvidos com observações astronômicas e fizeram várias descobertas fundamentais , atribuídas mais tarde a outros povos  .
Este conhecimento teria sido  a base para a  criação de mitos disseminados  universalmente  e compartilhados por civilizações muito distintas no espaço geográfico e no tempo .
A tese de  Santillana ( 1902 – 1974 ) e Dechend ( 1915 – 2001 ) foi severamente criticada pelo mundo acadêmico e o livro foi virtualmente ignorado pela comunidade científica internacional que exigia comprovações concretas    daquilo  afirmado  pelos autores .
Após a morte de Santillana , em 1974 , HertaVon Dechend  continuou a publicar  reedições  da obra  . Alguns críticos , apesar das restrições à tese defendida  no livro ,  recomendam sua leitura pelo farto cabedal de informações  sobre Ciências Humanas  ali contido , considerando – o  “uma obra  instigante” .
Segundo alguns defensores destas teorias , a ausência de traços materiais desta avançada civilização pré – histórica  seria devida a um grande cataclismo telúrico , ocorrido  numa Era antediluviana .
Esta catástrofe colossal que teria extinguido quase por completo os seres humanos , também teria destruído suas obras ( artefatos e edificações ) apagando assim seus vestígios , as provas físicas de sua existência .




terça-feira, 9 de novembro de 2010

LISTA DAS POSTAGENS ( 46 - 61 ) . POSTAGEM 62

Coordenadas Celestes - 61 . Zodíaco Egípcio - 60 . Precessão Equinocial - 59 . Constelações Zodiacais -58 . Virgem ( Virgo ) e a itaquatiara - 57 . Escorpião e a itaquatiara - 56 . Zodíaco Babilônico - 55 . Zodíaco - 54 , 52 , 51 , 50 , 48 , 47 . Itaquatiara do Ingá ( foto panorâmica ) - 46 .

COORDENADAS CELESTES - IMAGEM - POSTAGEM 61

Para efeitos práticos  de cálculos astronômicos e navegacionais , concebe - se a Terra como situada no centro da Esfera Celeste . A linha do Equador Celeste - projeção da linha do Equador Terrestre , faz um ângulo com a Eclíptica ; os dois pontos onde se cruzam assinalam os equinócios . Para o Hemisfério Norte , são definidos como 0 gr.de Áries ( Primavera ) e 0 gr.de Libra ( Outono ) ; para o Hemisfério Sul é o inverso .

ZODÍACO - IMAGEM - POSTAGEM 60


A deusa Nut ( o Céu , a Mãe dos Deuses ) rodeada por sígnos do Zodíaco egípcio , representada num sarcófago de Tebas .


PRECESSÃO EQUINOCIAL - IMAGEM - POSTAGEM 59

Os Equinócios correspondem às duas ocasiões do ano , em que dia e noite têm igual duração . Como a Terra oscila em seu eixo vertical , o Sol surge numa posição anterior do Zodíaco a cada ano - diz-se que ele se precede ; é  como ele percoresse o Zodíaco de frente para trás . Em cima , há 4.000 anos no Equinócio de Primavera ( para o Hemisfério Norte ) , o Sol estava próximo a Carneiro ( Áries ) . No meio , por ocasião do nascimento de Cristo , ele estava em 0 gr. de Áries , prestes a entrar em Peixes ( Pisces) . Em baixo , o Equinócio de Primavera atualmente ocorre em Peixes e no futuro estará situado  em Aquário ( Aquarius ) . 

ZODÍACO - CONSTELAÇÕES ZODIACAIS - IMAGEM - POSTAGEM 58

A Terra leva 12 meses para completar sua órbita em torno do Sol .Se fosse viável observar o plano de fundo formado pelas estrelas contra a luz do Sol , este pareceria estar numa constelação a cada mês , sempre naquela diametralmente oposta à que se acha no sul à meia-noite . Estas constelações são ditas  "zodiacais"  .

sábado, 6 de novembro de 2010

VIRGEM E A ITAQUATIARA - IMAGEM - POSTAGEM 57

Virgem ( Virgo ) , constelação zodiacal equinocial , cujo nome remonta à mais remota Antiguidade , é   geralmente representada como uma jovem alada e com um ramo em uma das mãos e uma espiga  na outra . O nome de sua alfa , Spica , que significa espiga é notável porque foi observando - a que Hiparco descobriu a Precessão Equinocial .  

ESCORPIÂO E A ITAQUATIARA - IMAGEM - POSTAGEM 56

O nome de Escorpião sugere fielmente a figura deste artrópode , com seu  cauda  retorcida e o leque peculiar de suas "garras" . Sua estrela principal ( alfa ) , de cor vermelha , é Antares - o rival de Ares ( Marte ) . Notam-se também Deschubba , na frente e Shaula no "ferrão" do inseto . 

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

ZODÍACO - TEXTO - POSTAGEM 53

ZODÍACO


O Círculo dos Pequenos  Animais

Zodíaco , em Astronomia , designa o anel formado por 12 constelações ao longo da Ecliptica , a trilha aparentemente  percorrida pelo Sol na Esfera Celeste , durante um ano .
A partir do  Zodíaco  ( do grego “zoidiakos kyklos” , literalmente  “círculo dos pequenos animais” ) - foram criados e nomeados os 12 signos zodiacais da Astrologia .
 A preponderância de figurações zodiacais  de  seres irracionais ( “zoon” ) sobre os humanos , seria a razão do seu nome .
A concepção do Zodíaco é atribuída por alguns estudiosos à notável  civilização  dos caldeus ,  na  primeira metade do primeiro milênio a.C. .
Estes notáveis  astrônomos babilônicos dividiram a Eclíptica em 12 zonas de extensão igual e no 7º século a.C. atribuíram um certo mês a uma determinada constelação , ou vice – versa .
O Zodíaco iniciava - se com a posição do Sol no equinócio vernal ou da primavera para o Hemisfério Norte , que naquela ocasião estava em Carneiro ( Áries ) . Por esta razão o 1º signo astrológico é ainda hoje chamado de Áries ( Carneiro ) , mesmo após o equinócio vernal ter-se afastado desta constelação , graças à lenta precessão da órbita da Terra em torno do Sol ( precessão equinocial ) .
Contudo ,  para alguns arqueoastrônomos ,  quando os primeiros  babilônios  observaram os céus  , no equinócio de primavera ,  o Sol estaria  em  Touro ( Taurus ) , mas só a partir de 2.150 a.C. é que ele teria se deslocado para Áries ( Carneiro ) .
 Atualmente quando ocorre o equinócio de primavera para o Hemisfério Norte , em 20 ou 21 de março , o Sol se situa em Peixes ( Pisces ) e aí permanecerá até 2.600 , quando “penetrará” em Aquário ( Aquarius ) .
O Zodíaco do Ocidente  chegou até nossos dias após uma longa jornada desde a Caldéia , passando pelas antigas civilizações do Egito , Grécia e Roma .
De  modo astronomicamente mais elaborado , pode-se dizer que o Zodíaco é um Sistema de Coordenadas Celestes ou especificamente um Sistema de Coordenadas Eclípticas , medindo – se a latitude a partir da Eclíptica e a longitude partindo – se da posição do Sol no Equinócio Vernal . 

Datas de trânsito do Sol pelas constelações zodiacais

 Durante o ano ,  o Sol  parece “percorrer” ou “estar na casa” das seguintes constelações , ditas  zodiacais ( entre parênteses as datas do trânsito) .

1 – Peixes (Pisces) - (12 mar. /18 abr.)
2 – Carneiro ( Aries ) – ( 19  abr / 13 mai )
3 – Touro ( Taurus ) – ( 14  mai / 20  jun)
4– Gêmeos ( Gemini ) – ( 21  jun / 19 de jul)
5 – Caranguejo ( Cancer ) – (20  jul / 19 de ago)
6 – Leão ( Leo ) – ( 10  ago / 15  set)
7 – Virgem ( Virgo ) – (16 set /30 out)
8 – Balança ( Libra ) – ( 31 out./22 nov.)
9 – Escorpião (Scorpius ) - ( 23 nov./ 17 dez)
10 – Sagitário ( Sagittarius ) – (18.dez / 18 jan)
        11 – Capricórnio ( Capricornus ) - ( 19 jan / 15 fev)
12 – Aquário ( Aquarius ) - ( 16 fev / 11 mar )

O Sol percorre as estrelas de Escorpião em apenas cinco dias ( 22 -27 de novembro ) , nos 19 restantes (30 nov – 17 dez ) transita em Serpentário ( Ophiucus ) , por isso , esta constelação “tem plenos direitos” de ser considerada como a 13ª zodiacal .

Meses de melhor observação das constelações zodiacais

1 – Peixes ( Pisces)  -  NOV.
2 – Carneiro ( Aries ) - DEZ
3 – Touro ( Taurus ) - JAN
4 – Gêmeos ( Gemini ) – FEV
5 – Caranguejo ( Cancer ) – MAR
6 – Leão ( Leo ) - ABR
7 – Virgem( Virgo ) – MAI
8 – Balança ( Libra ) – JUN
9 – Escorpião ( Scorpius ) – JUL
·       - Serpentário ( Ophiucus ) – JUL  
10 –Sagitário ( Sagittarius ) – AGO
        11 –Capricórnio ( Capricornus )  - SET
12 – Aquário ( Aquarius ) -  OUT

Astrologia e os Horósocopos

Diz – se que “ a Astrologia está para a Astronomia como a Alquimia para a Química” .
Os povos antigos  atribuíram  grande relevância às configurações das constelações  na data de nascimento (  Carta Natal )  dos indivíduos ; os signos  zodiacais  foram dotados de uma significação esotérica  que persiste até hoje , como mostra o generalizado interesse pelos horóscopos (do grego antigo (hora = hora e skopeo = examinar ) publicados e divulgados na “mídia” .

Signos  e  iconografias  das constelações zodiacais  

Os artistas representam graficamente  os  signos zodiacais , do modo seguinte :
1 – Peixes ( Pisces ) , por dois peixes atados através de  cordas amarradas às suas caudas .
2 - Carneiro (Aries) , por um caprino .
3 - Touro (Taurus) , por um bovino .
4-  Gêmeos (Gemini ) , por duas crianças gêmeas .
5 -Caranguejo (Câncer) , por um lagostim ou um caranguejo .
6 – Leão (Leo) , por um leão .
7 - Virgem (Virgo) , por uma donzela .
8 - Balança (Libra), pelo objeto homônimo . 
9- Escorpião ( Scorpius ) , pelo inseto  do mesmo nome .  
10 - Sagitário (Sagittarius ) , por um centauro com um arco prestes a disparar uma seta;
11- Capricórnio(Capricornus) , por um animal híbrido , metade peixe metade bode .
12 -Aquário (Aquarius ) , por um mancebo que verte   a água de uma ânfora  na boca de um peixe .
13 – Serpentário ( Ophiucus ) por um homem que segura uma serpente .

Figurações das constelações zodiacais

Nestes nossos textos  ,  reproduzimos os signos zodiacais   ora  como foram concebidos por e desenhados para os  habitantes do Hemisfério Norte ; ora  verticalmente girados  em 180º ,  de ( “cabeça para baixo” ) para se adequarem  à visão a partir do nosso Hemisfério . 

A Precessão Equinocial

O  eixo de rotação da Terra descreve um movimento cônico ( tal como acontece com um pião que gira bamboleando , inclinado  em relação ao solo ) ,  alterando lentamente sua posição em relação às estrelas , num período de 25.800 anos ( 2.150 anos para cada constelação ) e em sentido retrógado :
Este fenômeno é  chamado de  Precessão Equinocial . Graças a ele  , o Sol aparece numa posição  anterior do Zodíaco  , a cada ano , por ocasião do equinócio ; diz – se então , que ele se precede ou se antecipa .
Serpentário ( Ophiucus ) embora já fosse conhecida na mais remota Antiguidade ,em  aproximadamente  2.500 anos a.C., quando foram estabelecidas as regras da Astrologia, não foi incluída no Zodíaco porque estava afastada da Eclíptica . Atualmente devido à Precessão Equinocial , Sepentário situa – se entre Escorpião e Sagitário .
Serpentário ( Ophiucus ) embora já fosse conhecida na mais remota Antiguidade (c . 2.500  a.C.), quando foram estabelecidas as regras da Astrologia , não foi incluída no Zodíaco porque estava afastada da Eclíptica . Atualmente , devido à Precessão Equinocial , Sepentário situa – se entre Escorpião e Sagitário .




O Céu Estelar  Clássico que é rerepresentado nos Zodáicos 
O astrônomo alemão Helmut Werner , estudando as 45 constelaçòes clássicas  citadas por Arato , observou que nelas há 12 figuras humanas , 23  animais  , 2  seres híbridos e 8  objetos  Não obstante numericamente inferiorizado , o Homem  exerce seus domínio  sobre o Animal no céu ,terra e mar ,.subjugando – o ou aniquilando – o ; assim ,Hércules mata o Dragão ; Perseu corta a cabeça da Medusa e aniquila  a’ monstruosa Baleia que raptou Andrômeda  ;   Ofiuco segura a venenosa Serpente e apoia seu pé sobre o peçonhento  Escorpião , etc .
Contudo , o tema do  domínio do Homem  sobre o Animal ( Therion)  está ausente nas constelações de Caranguejo , Leão , Hidra  e Corvo  em torno de Virgem , única constelação  feminina fora do grupo a que pertencem Cassiopéia e Andrômeda ligadas à fábula de Perseu .


Representações do Zodíaco

O  Zodíaco pode ser  graficamente representado  numa projeção plana ( planisfério ) de dois modos :
a)  retangular  ou ,
b) circular .
As representações circulares são as mais comumente usadas atualmente .


O Zodíaco dos maias

O Zodíaco maia era composto por 13 constelações e do tipo “equatorial”, diferente  do modelo “eclíptico” , adotado  no Velho Mundo .

Os Zodíacos de Dendera , Egito

Em Dendera , Alto Egito , no pronaos ( pórtico ) de uma capela dedicada a Osiris , no  templo de Hathor   foram descobertos dois famosos zodíacos , um retangular e outro circular .  
O mais artístico , e  o mais  conhecido  dois dois é o zodíaco circular de Dendera , construído em 50 a.C. e  atualmente exposto no Museu do Louvre , em Paris .

A itaquatira do Ingá , seria uma espécie de  zodíaco ?

Dentro de um conceito muito elástico , o painel vertical da itaquatiara do Ingá poderia ser considerado como tal .