VÊNUS E OS MAIAS
Os Maias , cuja Era Clássica situa – se entre 300 d.C. – 800 d.C. , desenvolveram simultaneamente vários calendários . Um dos calendários religiosos , chamado Tzolkin tinha um ano de 260 dias . O calendário civil , chamado Haab , tinha um ano de 365 dias .O mínimo múltiplo comum (MMC) de 260 dias e de 365 dias é 18 . 980 dias ou 52 anos Haab ou 73 anos Tzolkin .
Havia um outro calendário religioso baseado no ciclo de Vênus. É possível que os maias soubessem mais sobre a astronomia deste planeta que as civilizações contemporâneas de outros Continentes . Eles observavam obsessivamente os deslocamentos de Vênus pelos céus e talvez considerassem- no mais importante que o Sol .
Para os maias , Vênus era a manifestação celeste do deus Kukulcan . Na língua maia este planeta era chamado Chak – Ek’; a estrela d’Alva era Ah-Chicum e Lamat , a estrela Vespertina .
O calendário religioso baseado nos movimentos cíclicos de Vênus servia aos sacerdotes - astrônomos na escolha da ocasião mais propícia para eventos importantes tais como rituais , sacrifícios , coroações e início de guerras .
No Códex de Dresden há seis páginas dedicadas à precisa localização de Vênus em seu ciclo celeste . Os códices são os quatro únicos documentos escritos pelos Maias que escaparam à destruição pelos espanhóis . Eles são conhecidos pelo nome dos locais onde foram conservados e arquivados ( Dresden , Madri , Paris e Grolier ) .
A data do nascimento helíaco de Vênus, deveria ser especialmente temida e haveria uma justificada preocupação com quando e onde ele poderia aparecer logo depois de estar oculto pelo Sol .
Os Maias fizeram a olho nu uma minuciosa , precisa e completa observação sobre a aparição de Vênus como Estrela da Manhã , Estrela Vespertina , intervalos de seus desaparecimentos por trás e pela frente do Sol e inclusive , quando aparecia à luz do dia .
Vênus precisa de 225 dias para orbitar em torno do Sol, mas visto da Terra , ele parece demorar 584 dias para ir uma de um ponto a este do Sol e voltar à mesma posição ,o que se chama de período sinódico .Na sua órbita em torno do Sol , Vênus parece “ultrapassar” a Terra a cada 584 dias e nessas ocasiões ele muda de “Estrela” Vespertina” visível após o por do Sol , para “Estrela” d’Alva” observável antes do nascer do Sol .
Como Vênus se encontra mais próximo do Sol do que a Terra , ele pode ser visto aproximadamente na mesma direção do Sol . Vênus atinge seu brilho máximo algumas horas antes da alvorada ou depois do ocaso, sendo por isso conhecido como a estrela da manhã ( Estrela d'Alva ) ou estrela da tarde ( Vésper ) .
Vénus é sempre mais luminoso que as estrelas mais brilhantes , com o que o planeta pode ser visto facilmente quando o Sol está baixo no horizonte .
Conjunção Inferior e Conjunção Superior A Conjunção Inferior ocorre quandos os planetas interiores ( Vênus e Mercúrio ) estão alinhados entre a Terra e o Sol .
A Conjunção Superior acontece quando estes mesmos planetas estiverem atrás do Sol , isto é , num alinhamento Terra , Sol e planeta .
Ano Venusiano e Terrestre Os maias estavam muito interessados nas várias combinações numéricas de datas obtidas por associação entre os diferentes tipos de calendários que usavam simultâneamente .
Os ciclos de Vênus considerados pelos maias eram de dois tipos : um deles era o ano venusiano sinódico médio de 584 dias.
Eles estudaram a comensurabilidade do ano venusiano e daquele de 365 dias que também usavam .
Oito anos vagos correspondem exatamente a 5 anos venusianos ou 2.920 dias . Após 2.920 dias Vênus regressa ao mesmo lugar no céu quase na mesma época do ano .
Outro ciclo venusiano considerado era um “grande ciclo “ de 37.960 dias ( o mínimo múltiplo comum - MMC ) do calendário Tzolkin e o ano venusiano , igual a 104 anos calêndricos .
A procura e a tentativa em estabelecer uma correlação entre os anos de Vênus e os da Terra podem ter levado os maias , conscientes dos números , a observar tão cuidadosamente este planeta . Neste aspecto , os maias se comportavam mais como os babilônicos , também mais interessados em cálculos numéricos do que como os gregos , mais envolvidos com a geometria da Astronomia .