Foto panorâmica do painel vertical da itaquatiara ( pedra lavrada ) do Ingá , considerada como o maior e mais importante monumento arqueológico brasileiro do seu gênero . |
O AUTOR FAZ UMA INTERPRETAÇÃO DOS PETRÓGLIFOS DA INTERNACIONALMENTE FAMOSA ITAQUATIARA DO INGÁ ,NA PARAÍBA , Á LUZ DA ARQUEOASTRONOMIA .
sábado, 30 de outubro de 2010
ITAQUATIARA DO INGÁ - FOTO PANORÂMICA - POSTAGEM 46
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
LISTA DAS POSTAGENS MAIS RECENTES ( 31 - 44 ) - POSTAGEM 45
Lista das últimas postagens ( 30 - 31 ) - 31
Arredores da itaquatiara - fotos - 32 - 33 - 35
Artigo "Algumas Itacoatiaras Paraibanas" por José Anthero Pereira Jr . - 34
Painel vertical , alguns glifos do - fotos - 36
Escorpião e a itaquatiara do Ingá ( painel vertical ) - texto e imagens - 37 - 38 - 39 - 40 - 41 - 42 - 43 - 44
Arredores da itaquatiara - fotos - 32 - 33 - 35
Artigo "Algumas Itacoatiaras Paraibanas" por José Anthero Pereira Jr . - 34
Painel vertical , alguns glifos do - fotos - 36
Escorpião e a itaquatiara do Ingá ( painel vertical ) - texto e imagens - 37 - 38 - 39 - 40 - 41 - 42 - 43 - 44
ESCORPIÃO E A ITAQUATIARA ( PAINEL VERTICAL ) - POSTAGEM 44
O Escorpião (Scorpius) , a nona constelação zodiacal é uma das poucas constelações que se assemelha à figura que representa ; originalmente as estrela que equivaliam às pinças ( “garras” ) do Escorpião dirigiam -se para Virgem , mas atualmente estas pertencem à Balança.
Escorpião é uma das mais antigas constelações identificadas e registradas na História da Astronomia . Na Babilônia ( 5.000 a .C . - 550 a . C . ) ela era chamada Mul . Gir . Tab , literalmente , " aquele ser com um ferrão que queima ( arde ) , numa inequívoca alusão ao artrópode .
Segundo os helenos , Escorpião foi o animal enviado por Artêmis (Diana ) para ferroar e matar Órion ; para evitar novos conflitos , os deuses do Olimpo colocaram ambos separados nos céus . Quando Escorpião descamba a oeste , Órion começa a levantar – se no ponto oposto , a leste , tal como se observa astronomicamente .
Segundo os helenos , Escorpião foi o animal enviado por Artêmis (Diana ) para ferroar e matar Órion ; para evitar novos conflitos , os deuses do Olimpo colocaram ambos separados nos céus . Quando Escorpião descamba a oeste , Órion começa a levantar – se no ponto oposto , a leste , tal como se observa astronomicamente .
Escorpião exibe 16 estrelas visíveis a olho nu ; sua alfa é Antares – a rival de Ares ( Marte ) que representa o “coração” do aracnídeo ; seu brilho rubro semelhante ao planeta vermelho destaca-a imediatamente , sendo a estrela mais vermelha de todo o céu . Três estrelas marcam a “cabeça” do Escorpião e além de Antares , destacam-se Deschubba na frente e Shaula e Lesath no “ferrão” , em cujas proximidades observam – se a olho nu os aglomerados M 6 e M 7 .
A posição desta constelação ao longo da projeção do Equador Celeste , nos céus faz com que ela seja percebida a partir de todos os locais habitados da Terra . A cauda de Escorpião aponta para o Hemisfério Celeste Sul .
A posição desta constelação ao longo da projeção do Equador Celeste , nos céus faz com que ela seja percebida a partir de todos os locais habitados da Terra . A cauda de Escorpião aponta para o Hemisfério Celeste Sul .
Em 134 a . C . Hiparco registrou o aparecimento de uma Nova em Escorpião , que abalou o conceito aristotélico de um Firmamento imutável e eterno , onde não poderiam surgir novas estrelas .
O sol percorre as estrelas de Escorpião entre 23 e 30 de novembro ; de 30 de novembro a 18 de dezembro o Sol desloca-se em Ofiúco , considerada por esta razão como a décima terceira constelação zodiacal .
A melhor visibilidade de Escorpião ocorre em Julho ; neste mês , para um observador situado no Hemisfério Norte ela é percebida baixa , próxima do horizonte sul . Para nós , do Hemisfério Sul , ela é vista bem alta nos céus .
A melhor visibilidade de Escorpião ocorre em Julho ; neste mês , para um observador situado no Hemisfério Norte ela é percebida baixa , próxima do horizonte sul . Para nós , do Hemisfério Sul , ela é vista bem alta nos céus .
ESCORPIÃO E A ITAQUATIARA ( PAINEL BERTICAL ) - POSTAGEM 43
ESCORPIÃO E A ITAQUATIARA ( PAINEL VERTICAL ) - POSTAGEM 42
ESCORPIÃO E A ITAQUATIARA ( PAINEL VERTICAL ) - POSTAGEM 41
ESCORPIÃO E A ITAQUATIARA ( PAINEL VERTICAL ) - POSTAGEM 40
ESCORPIÃO E A ITAQUATIARA DO INGÁ - POSTAGEM 38
ESCORPIÃO E A ITAQUATIARA ( PAINEL VERICAL ) - POSTAGEM 37
terça-feira, 26 de outubro de 2010
ARREDORES DA ITAQUATIARA DO INGÁ - POSTAGEM 35
REVISTA DO ARQUIVO MUNICIPAL ( São Paulo ) - Vol.CIII , Jun-Jul ,1945 - POSTAGEM 34
ARREDORES DA ITAQUATIARA DO INGÁ - POSTAGEM 33
ARREDORES DA ITAQUATIARA DO INGÁ - POSTAGEM 32
LISTA DAS 10 ÚLTIMAS POSTAGENS - POSTAGEM 31
Livro " Os Astrônomos Pré-Históricos do Ingá " - 2a.edição - Postagem 30
Painel Vertical da itaquatiara do Ingá ( fotos ) Postagens 29 , 28 , 27 ,23 e 22
Arredores da itaquatiara , "caldeirões" - ( fotos ) - Postagens 26 , 25 e 24
Índice das Postagens anteriores - Postagem 21
Painel Vertical da itaquatiara do Ingá ( fotos ) Postagens 29 , 28 , 27 ,23 e 22
Arredores da itaquatiara , "caldeirões" - ( fotos ) - Postagens 26 , 25 e 24
Índice das Postagens anteriores - Postagem 21
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
LIVRO "OS ASTRÔNOMOS PRÉ_HISTÓRICOS DO INGÁ II - Texto 30
domingo, 24 de outubro de 2010
PAINEL VERTICAL DA ITAQUATIARA DO INGÁ - (Foto) -TEXTO 29
PAINEL VERTICAL DA ITAQUATIARA DO INGÁ - ( Foto ) - TEXTO 28
PAINEL VERTICAL DA ITAQUATIARA DO INGÁ (Foto) - TEXTO 27
ARREDORES DA ITAQUATIARA DO INGÁ - TEXTO 26
sábado, 23 de outubro de 2010
FISIOGRAFIA DA REGIÃO DA ITAQUATIARA - TEXTO 24
PAINEL VERTICAL DA ITAQUATIARA DE INGÁ - TEXTO 22
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
ÍNDICE ALFABÉTICO DOS TEMAS / PUBLICADOS - TEXTO 21
O número ao lado indica a ordem das publicações e respectivas fotos (entre 1 -20 ) .
Arredores , da itaquatiara – 17 , 16 , 15
Bio e Bibliografia de Francisco Faria – 3
Capricórnio – 8
Espirais – 10
Filatelia - 18
Itaquatiara de Ingá , A ( descrição ) – 2
Localização ( Mapas) , da itaquatiara – 14 , 13 , 12
Mapas ( Localização ) , da itaquatiara – 14,13,12
Órion – 5
Plêiades – 4
Sagitário – 6
Sírio - 1
Sol , o ( e a itaquatiara ) – 20 e 19
Topo , Glifos do ( da itaquatiara ) – 11
O SOL E A ITAQUATIARA DE INGÁ - TEXTO 20
Na parte mais elevada do painel vertical , entre esta e o topo plano da itaquatiara do Ingá , existe um glifo que seria uma figuração do Sol .
Este petróglifo tem a forma de uma hemi – circunferência de concavidade voltada para cima e da qual emanam 21 curtos sulcos , à maneira de raios .
Cerca de cinco décadas atrás , quando principiamos nossas visitas à itaquatiara , esta inscrição rupestre era bastante explícita ; atualmente porém , graças à erosão , é preciso observa – la com detenção . Por sua vez , as fotos atuais exigem uma iluminação maior que antes , para destacar todos os seus detalhes .
O SOL E A ITQUATIARA DO INGÁ - TEXTO 20
O SOL E A ITAQUATIARA DO INGÁ - TEXTO 19
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
FILATELIA E A ITAQUATIARA DO INGÁ - TEXTO 18
ARREDORES DA ITAQUATIARA DO INGÁ - TEXTO 17
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
ARREDORES DA ITAQUATIARA DO INGÁ - TEXTO 16
ARREDORES DA ITAQUATIARA DE INGÁ - TEXTO 15
terça-feira, 19 de outubro de 2010
LOCALIZAÇÃO DE INGÁ , NA PARAÍBA - TEXTO 13
LOCALIZAÇÃO DE INGÁ , NA PARAÍBA - TEXTO 12
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
GLIFOS DO TOPO DA ITAQUATIARA DO INGÁ - TEXTO 11
No topo plano do monólito de Ingá , a inscultura principal é composta por três círculos concêntricos seccionados simetricamente por um sulco reto , alinhado no sentido noroeste – sudeste . O diâmetro do círculo maior é de 60 cm .
A extremidade noroeste deste sulco termina com uma depressão circular ; partindo de sua extremidade sudeste , uma série de 26 mossas esféricas dirige – se obliquamente em direção ao painel vertical , como que interligando estes conjuntos de glifos .
Um outro glifo , oblongo , em de forma de clava , com cerca de 1 m de comprimento , parte da superfície do topo em direção ao painel vertical ; suas extremidades são rombas e aquela inferior é mais larga que a superior .
Esta última figura é sulcada horizontalmente por 8 traços que a dividem em pequenos quadrados ; uma série de minúsculas depressões puntiformes encontra-se no exterior e interior do glifo.
A erosão( esfoliação de lamelas ) no topo da itaquatiara é muito intensa e lamentavelmente , outros glifos locais estão no limite da percepção visual .
GLIFOS DO TOPO DA ITAQUATIARA DO INGÁ
GLIFOS DO TOPO DA ITAQUATIARA DO INGÁ
domingo, 17 de outubro de 2010
GLIFOS ESPIRAIS E A ITAQUATIARA DO INGÁ - Texto 10
Uma espiral , na Matemática , é uma curva aberta que descreve várias voltas em torno de seu centro , aproximando-se ou afastando-se dele segundo o sentido ( horário ou anti - horário ) , em que se percorre a curva .
Para os esotéricos , a espiral , um dos mais importantes símbolos universais , representaria o arquétipo do Cosmos e simbolizaria o processo evolutivo do Universo . Para algumas civilizações as espirais significariam o ciclo nascimento – morte – renascimento tal como acontece com o Sol que nasce a cada manhã , morre a cada noite e renasce na manhã seguinte .
As inscrições rupestres espiraladas são encontradas universalmente , mas entre os arqueólogos não há um consenso sobre o que possam exatamente significar . Estas figuras certamente tinham um sentido específico para os povos do Megalítico ( na Europa , entre 4.800 e 1200 a.C ) que as confeccionaram , significação esta que , infelizmente , teria se perdido ao longo do tempo .
Os petróglifos espirais podem ser encontrados isolados , reunidos em pares , em trios ou em mais números ; seus braços ao partir do centro podem se abrir em sentido horário ou anti-horário .
O formato em espiral é um padrão frequente em vários elementos e fenômenos da Natureza ( cursos d’água , correntezas , remoinhos d’água e de vento , ciclones , etc. ) . Nos Reinos Vegetal e Animal formações em espiral observam-se em plantas ( pinhas ) , moluscos (conchas) , fósseis de amonites , etc . No Homem , no ouvido interno acha-se a cóclea , uma estrutura espiral ; certo padrão da nossas impressões digitais é espiralado .
Universalmente , mas sobretudo na Eurásia e Japão,
as cobras foram simbolizadas por espirais .
No Cosmos encontram – se macro - estruturas espiraladas : as galáxias .
Adeptos das hipóteses de Erich Von Däniken ( “Eram os Deuses Astronautas ? ” ) acreditam que alguns petróglifos espiralados , inclusive aqueles de Ingá , representariam a nossa galáxia ; isto indicaria que avançados conhecimentos astronômicos teriam sido transmitidos por extraterrestres aos terráqueos , na Pré – História .
Alguns arqueoastrônomos aceitam certas espirais rupestres como figurações do Sol , dos Equinócios e / ou dos Solstícios .
Para determinados esotéricos , as espirais seriam símbolos da viagem espiritual do interior para o exterior ou de uma ponte entre Universos de dimensões diferentes .
Parece , portanto , não haver uma significação única ou um simbolismo universal para as espirais , mas um significado variável , segundo os povos e as épocas em que foram feitas .
Espirais em vários países , inclusive no Brasil
Nos Estados Unidos , os petróglifos em espiral estão habitualmente localizados no Arizona , Arkansas , Califórnia, Novo México e Utah .
No Estado de Ohio encontra-se a maior representação de uma serpente do mundo ( c.1070 d.C.) , o “ Great Serpent Mound” ( monte artificial de terra ) com 366 mt . de comprimento , sob a forma de uma cobra que engole um ovo . A cabeça do ofídio é representada por um triângulo e a sua cauda por espirais .
Em vários países europeus , os petróglifos em espiral geralmente são encontrados próximos a dolmens , as construções megalíticas tumulares coletivas do Neolítico ( V milênio a.C. - III milênio a.C.) .
Na República da Irlanda , encontram-se as famosas espirais “célticas” ( 3.300 a .C. - 2900 a .C.) na entrada do túmulo megalítico de Newgrange , bastante conhecido por arqueólogos e turistas . Anualmente , a câmara sepulcral e o corredor que lhe dá acesso são iluminados pelos raios do sol nascente no solstício de dezembro ( solstício de inverno para o Hemisfério Norte) , num evento que atrai centenas de visitantes .
Formas espiraladas também estão presentes na cerâmica da cultura minóica ( 2.700 a .C . – 1.450 a .C .) na Ilha de Creta e no capitel das colunas gregas da ordem jônica .
Motivos decorativos em espirais são fartamente usados na arquitetura do Barroco ( 1580 – 1756 ) .
No Peru , no deserto de Nazca , entre as figuras desenhadas entre 200 a .C e 700 d.C. e estudadas pela arqueóloga alemã Maria Reiche ( 1903 – 1998 ) , encontra-se aquela de um símio , cuja cauda é representada por espirais .
No Brasil , as espirais como elementos decorativos encontram – se pintadas nos utensílios cerâmicos da Civilização Marajoara ( 400 d.C. - 1.400 d.C.) .
As espirais da itaquatiara de Ingá
Na itaquatiara de Ingá , os petróglifos em espiral encontram-se no painéis vertical e horizontal .
No painel vertical , há dois glifos espiralados ; o menor deles encontra-se à esquerda do conjunto de inscrições e seus braços têm um sentido horário; um outro , maior , contido num círculo e cujas espirais abrem-se em direção anti - horária , situa-se num bloco mais destacado e à direita do citado conjunto .
No painel horizontal , no seu segmento mais setentrional observa-se com muita dificuldade , uma desgastada espiral gravada muito superficialmente no granito .
Nosso ponto de vista é que as espirais de Ingá , uma vez que estão inscritas em painéis com representações estelares , obviamente devem ter uma conotação astronômica , mas cuja significação mais precisa ainda nos escapa .
sábado, 16 de outubro de 2010
ÍNDICE CRONOLÓGICO DE TEXTOS / POSTAGENS - Texto 9
Para facilitar consultas aos textos publicados , estes serão numerados segundo ordem cronológica das postagens , a partir deste aviso .
1 - A Estrela Sírio e a Itaquatiara de Ingá
2 - A Itaquatiara de Ingá , na Paraíba
3 - Bio e Bibliografia de Francisco Faria
4 - As Plêiades e a Itaquatiara de Ingá
5 - Órion e a Itaquatiara de Ingá
6 - Sagitário e a Itaquatiara de Ingá
7 - " Os Astrônomos Pré-Históricos do Ingá " ( Livro )
8 - Capricórnio e a Itaquatiara de Ingá
9 - Índice Cronológico de Textos / Postagens
1 - A Estrela Sírio e a Itaquatiara de Ingá
2 - A Itaquatiara de Ingá , na Paraíba
3 - Bio e Bibliografia de Francisco Faria
4 - As Plêiades e a Itaquatiara de Ingá
5 - Órion e a Itaquatiara de Ingá
6 - Sagitário e a Itaquatiara de Ingá
7 - " Os Astrônomos Pré-Históricos do Ingá " ( Livro )
8 - Capricórnio e a Itaquatiara de Ingá
9 - Índice Cronológico de Textos / Postagens
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
A CONSTELAÇÃO DE CAPRICÓRNIO E A ITAQUATIARA DE INGÁ
Capricórnio ( Capricornus ) , a décima constelação zodiacal , está situada no Hemisfério Celeste Sul a 21h de Ascensão Reta (AR) e a 20º de Declinação Sul .
Capricórnio é a segunda constelação zodiacal menos luminosa depois de Câncer , e suas principais e pálidas estrelas dispõem-se sob a forma de um grande triângulo eqüilátero , situado entre Sagitário e Aquário .
O sol “percorre” as estrelas de Capricórnio entre 20 de janeiro e 16 de fevereiro . Esta constelação é visível nas latitudes terrestres entre + 60 e – 90º ; sua melhor visibilidade ocorre em setembro , às 21 hr .
Não obstante Capricórnio exibir apenas tênues
estrelas e não possuir um asterismo notável , ela tem uma das mais antigas conotações mitológicas detectadas na Mesopotâmia , já desde a Idade do Bronze , cerca do 21º século A.C. Este fato aparentemente paradoxal possivelmente é devido à ocorrência naquela época , do Solstício de Inverno para o Hemisfério Celeste Norte , quando o Sol transitava entre suas estrelas .
Trópico de Capricórnio
A palavra “trópico” vem do grego “tropos” ( retornar , voltar ) , uma alusão ao fato de que o Sol parece retroceder ao longo da linha do horizonte , nos solstícios .
O nome Trópico de Capricórnio designa o paralelo terrestre ao sul do Equador , situado na latitude de 23º e 30’ . Esta linha imaginária marca o ponto meridional mais afastado , no qual o Sol pode ser visto diretamente acima do observador , ao meio – dia .
Como dissemos , há cerca de 2.000 anos , o solstício de dezembro (início do inverno e do verão, respectivamente para os Hemisférios Norte e Sul ) ocorria quando o Sol aparentemente estava entre a estrelas de Capricórnio .
Atualmente , graças à Precessão Equinocial , o Sol deslocou – se no sentido oeste e “parece estar” na vizinha constelação de Sagitário quando ocorre o Solstício de Dezembro .
Simbologia e Mitologia
Na Mesopotâmia ( 5.000 a .C. – 539 a .C.) associava-se Capricórnio à figura do deus Enki ou Ea , importante no panteão sumério e venerado como Senhor da Terra , deus do Conhecimento e da Sabedoria . Seus símbolos iconográficos eram o peixe , a cabra e a serpente que foram fundidos num único animal mítico , o Capricórnio .
Na Antiga Grécia (776 a .C. – 323 a .C ) , esta constelação estava identificada com Almatéia , a cabra que amamentou Zeus , após sua mãe Réa tê - lo salvo de ser devorado por seu pai , o deus Cronos . Os chifres de Amaltéia foram transformados na Cornucópia , símbolo de abundância e de riqueza .
Na iconografia , a constelação de Capricórnio é geralmente representada como um animal híbrido , um caprino com escamas e cauda de peixe ou um peixe com cabeça de cabra .
A estrela principal ( alfa ) de Capricórnio , Algedi , representa a cabeça do exótico animal e Deneb Algedi a sua cauda .
Capricórnio na itaquatiara de Ingá .
Parece-nos que Capricórnio estaria representada no painel vertical da itaquatiara de Ingá , pelo glifo cuja imagem reproduzimos em anexo .
Tal como acontece com muitos outros petróglifos ingaenses , é um desafio tentar descrevê-lo com exatidão , face à singularidade de seu traçado .
CAPRICÓRNIO E A ITAQUATIARA DE INGÁ
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
POSTAGENS ANTERIORES
1 - SAGITÁRIO E A ITAQUATIARA DE INGÁ
2 - ÓRION E A ITAQUATIARA DE INGÁ
3- AS PLÊIADES E A ITAQUATIARA DE INGÁ
4- BIO E BIBLIOGRAFIA DE FRANCISCO FARIA
5 - A ITAQUATIARA DE INGÁ
6 - A ESTRELA SÍRIO E A ITAQUATIARA DE INGÁ
2 - ÓRION E A ITAQUATIARA DE INGÁ
3- AS PLÊIADES E A ITAQUATIARA DE INGÁ
4- BIO E BIBLIOGRAFIA DE FRANCISCO FARIA
5 - A ITAQUATIARA DE INGÁ
6 - A ESTRELA SÍRIO E A ITAQUATIARA DE INGÁ
SAGITÁRIO E A ITAQUATIARA DE INGÁ
Sagitário
A constelação zodiacal de Sagitário ( Sagittarius ) , limita –se ao norte com a Serpente ( Serpens ) ; o Escudo ( Scutum ) e Águia ( Aquila ) ; ao sul com a Coroa Austral ( Corona Australis ) e Telescópio ( Telescopium ) ; a oeste com Ofiúco ( Ophiucus ) e Escorpião ( Scorpius ); a leste com Capricórnio ( Capricornus ) e Microscópio ( Microscopium ) .
Sagitário pertence ao Hemisfério Celeste Sul , estando situada a 19h de ascensão reta (A.R) e a 25º de declinação sul .
Sagitário é a nona constelação do Zodíaco e significa aquele que está armado com arco e flecha (“sagitta”, em latim ) ou arqueiro .
Esta constelação é percebida nas latitudes terrestres entre + 55º e – 90º e está bem visível nos Céus de agosto , às 21,00 hr .
Suas estrelas são “percorridas” pelo Sol entre 18 de dezembro e 18 de janeiro ; portanto , nesta constelação se situa o Solstício de Verão para o nosso hemisfério ( 22 . dez .) .
Na região de Sagitário há cerca de 15 estrelas visíveis a olho nu e embora não observe nenhuma estrela de primeira magnitude , ele é abundante em nebulosas e aglomerados estelares .
Sagitário exibe três asterismos interessantes : o Arco e a Flecha do Arqueiro,o Bule de Chá e a Caneca de Leite ; entre as estrelas alfa e zeta encontra-se a Coroa Austral ( Corona Australis ) formada por estrelas dispostas em semicírculo . Na direção de Sagitário encontra – se o núcleo de nossa Galáxia , o ponto em torno do qual giramos no Universo .
Sagitário nas antigas civilizações
Para os povos Mesopotâmicos ( 5.000 a .C. – 539 a .C. ) a constelação de Sagitário simbolizava o terrível Nergal , deus das guerras,das doenças ,da morte e Senhor dos Infernos
Segundo os antigos gregos ( 776 a .C. – 323 a .C ) as estrelas de Sagitário representavam a figura do centauro Quíron , que , diferentemente de seus semelhantes ,bebia moderadamente , era gentil , sábio e culto por isso tornara-se mestre de notáveis tais como Hércules e do médico Esculápio
Numa trágica disputa por uma ânfora de vinho entre os centauros e Hércules , este matou muitos deles e involuntariamente flechou mortalmente Quíron , que não participava da refrega . Zeus , que presenciara o infausto acontecimento e comovido com o pesar de Hércules imortalizou Quíron , levando –o aos céus , transformado numa constelação .
Segundo uma outra interpretação grega , Sagitário representa um centauro com um arco retesado , prestes a disparar uma seta contra a rubra estrela Antares ( rival de Ares /Marte ) , “coração” do maligno Escorpião .
Sagitário na itaquatiara de Ingá
Parece – nos que , no painel vertical da itaquatiara de Ingá , a constelação de Sagitário estaria representada por
um glifo antropomorfo ( ver ilustrações ) .
As linhas que unem as principais estrelas de Sagitário assumem a forma de um Y que poderia ter servido de base ( substrato astronômico ) para esta pictografia ; nela se percebe uma figura humanóide com os braços erguidos .
Muitos anos atrás , ouvi o festejado pintor paraibano Raul Córdula Filho referir-se graciosamente a este glifo como “ o macaquinho” .
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Órion - Um Gigante Caçador nos Céus A constelação de Órion, facilmente identificável, é uma das maiores dentre aquelas dos céus hibernais no Hemisfério Norte e estivais no Hemisfério Sul (veja a foto). Órion (O Caçador), é visível praticamente de todas as regiões habitadas da Terra (entre as latitudes de + 85º e – 75º), tem a forma de uma ampulheta (veja a foto) e é seccionada pelo Equador Celeste; assim, ela pertence a ambos os Hemisférios Celestes. A época para sua melhor visualização ocorre em Janeiro, às 21.00 hr. O nome Órion viria do sumério Uru – Anna (a Luz do Céu), título do mítico herói caldeu Tamuz, filho do Sol, que se teria tornado mais tarde o Adônis grego. Segundo uma das versões da mitologia grega, Órion filho de Netuno e da ninfa Euridale, era um gigante caçador, amado pela deusa Ártemis, mas odiado por Apolo, irmão desta. Em certa ocasião, Apolo ao perceber que Órion vadeava pelo mar apenas com a cabeça fora d´água, desafiou a irmã, exímia caçadora, a acertar o alvo que se movia. Desafiada e enganada, Ártemis disparou uma seta que certeiramente atingiu Órion, matando-o. Esta deusa, desolada e em meio a lágrimas, pediu a Zeus que colocasse o seu amado entres as estrelas. Uma outra versão do mito relata que Órion morreu pela picada de um Escorpião Gigante enviado por Geia, deusa da Terra, preocupada com a ameaça feita pelo Caçador, de extinguir todos os animais do nosso planeta. Órion e Escorpião foram transformados em constelações pelos deuses do Olimpo, mas colocados em pontos afastados nos Céus para evitar novas refregas; assim, nunca são vistos simultaneamente e apenas quando um deles declina é que o outro se levanta. Iconografia de Órion Na iconografia européia, Órion é representado por uma figura antropomorfa segurando uma clava, e que com a outra mão sustenta um escudo feito com couro de leão (veja a foto); de seu cinto (Cinturão de Órion) pende uma espada (Espada de Órion). Nas suas proximidades encontram-se seus dois sabujos (Cão Maior e Cão Menor) e o rio Eridano; aos seus pés acham-se os animais por ele caçados, a Pomba (Columba) e a Lebre (Lepus). Astronomia da constelação de Órion A mítica figura do Caçador Órion é a constelação mais bela e a mais conhecida do nosso céu estival. Ela é formada por sete estrelas principais, das quais cinco delineiam um grande trapézio. Betelgeuse (alfa de Órion), uma estrela de cor avermelhada, a segunda mais brilhante de Órion, a 10ª ou a 12ª em luminosidade dos céus; não obstante ter a designação de alfa na classificação de Johann Bayer (1572 – 1625), ela não é mais brilhante que Rigel (beta de Órion). Esta estrela representa o ombro direito do Gigante e está situada a apenas 7º acima do Equador Celeste (declinação de +7º), pertencendo portanto ao Hemisfério Norte. Betelgeuse é uma estrela variável cuja Magnitude Visual (0,58) oscila de maneira semi-regular. Rigel (beta de Órion), a estrela mais brilhante de Órion, a sexta mais luminosa dos céus, de um brilho azul-esbranquiçado, situa-se diagonalmente oposta à precedente e representa o pé ou o joelho esquerdo do Caçador. Ela está localizada 8º abaixo do Equador Celeste (Declinação de – 8º) e sua magnitude visual é de 0,18. Saiph (kappa), que representa o joelho ou o pé direito do Gigante, é 51ª estrela mais brilhante dos Céus e sua Magnitude Visual é de 2,05. Bellatrix (gamma), a “Guerreira”, branco-azulda, representa o ombro esquerdo do Caçador e a 3ª estrela mais brilhante desta constelação é 27ª estrela mais brilhante do Firmamento, e tem Magnitude Visual de 1,64. Meissa (lambda) representa a cabeça do Caçador Celeste. Astronomia do Cinturão de Órion No centro deste trapézio encontram-se três estrelas Alnitak (zeta), Alnilan (epsilon) e Mintaka (delta) dispostas obliquamente, em linha reta e igualmente espaçada que constituem o Cinturão de Órion. Elas são popularmente conhecidas como as Três Marias ou os Três Reis Magos. A estrela mais ao norte no Cinturão, Mintaka, fica muito próxima do Equador Celeste e o acompanha pelos Céus. Equador Celeste O Equador Celeste se constitui num ponto de referência muito importante em astronomia, porque divide os Céus em dois Hemisférios Celestes, o do Norte e do Sul. O Equador Celeste ao passar ao norte de Mintaka secciona Órion em duas metades: uma localizada no Hemisfério Celeste Norte (setentrional) e outra situada no Hemisfério Celeste Sul (meridional) (veja a foto). Rigel e Saiph localizam–se no Hemisfério Celeste Sul e Betelgeuse, Bellatrix e Meissa situam-se no Hemisfério Celeste Norte. Astronomia da Espada de Órion Próxima ao Cinturão, observa-se a olho nu, a Espada de Órion, um asterismo formado por três estrelas de fraca luminosidade. A “estrela” do meio, em realidade, é a Grande Nebulosa de Órion (M 42), um “berçário estelar”. Na Austrália, os asterismos do Cinturão e da Espada de Órion são chamados popularmente de “The Pot” (a Caçarola ou Panela) porque lembram este utensílio de cozinha. Tal como acontece com as demais constelações concebidas pelos povos do Hemisfério Norte, Órion é percebida de “cabeça para baixo”, pelos habitantes do nosso Hemisfério. Órion, uma baliza dos Céus Órion limita-se com Touro (norte e oeste), Lebre (sul), Gêmeos e Unicórnio (leste) e Eridano (oeste). As estrelas de Órion são importantes pontos de reparo que auxiliam na localização de constelações vizinhas. - Sírio (Cão Maior) é localizada através do prolongamento sudeste de uma reta que passa pelo Cinturão de Órion (Três Marias). - Aldebrarã (Touro) é localizada através da extensão Noroeste de uma reta que passa pelo Cinturão de Órion (Três Marias). - Castor e Pólux (Gêmeos) são localizadas pela extensão de uma reta que une Rigel a Betelgeuse. - Prócion (Cão Menor) é encontrada através de uma reta que liga Bellatrix a Rigel. - Uma reta partindo de Saiph (kappa de Órion) e passando por Meissa (lambda de Órion) após passar em Elnath (beta de Touro ou gamma de Cocheiro) atinge Capella (alfa de Cocheiro), de cor amarelada, a 6ª estrela mais luminosa do céu. Estes dados astronômicos são importantes porque também permitem, até um certo ponto, correlacionar certos glifos da itaquatiara com as estrelas de constelações, vizinhas a Órion. Foi deste modo que identificamos os petróglifos que corresponderiam a Sírio e às Plêiades. Órion e a Arqueoastronomia Órion no Egito dos faraós As chamadas “frestas de ventilação” da câmara do faraó Queóps ou Khufu (2589 – 2566 a.C.) na Grande Pirâmide de Gizé, foram alinhadas com as estrelas do Cinturão de Órion. Os egiptólogos inglêses Robert Bauval e Adrian Heinemann acreditam que as Pirâmides foram implantadas de modo a reproduzir a disposição das estrelas do Cinturão de Órion (Três Marias). Órion na Alemanha Paleolítica Em 2003, o pesquisador alemão Michael Rappenglueck após examinar uma pequena escultura (3,8 cm) do paleolítico europeu, encontrada em 1979, declarou ter identificado ali a mais antiga representação mundial de uma constelação, feita entre 32000 e 38000 anos atrás. O ponto de partida foi um baixo-relevo de uma figura masculina de cintura afinada, braços erguidos e pernas afastadas compatíveis com uma figuração de Órion; outro dado importante para esta interpretação foi o fato de a perna direita ser mais curta que a esquerda. Órion entre os nossos taulipangues Segundo o etnológo germânico Theodor Koch–Gruenberg (1872 – 1924) os taulipangues (taurepangues) de Rondônia referiam–se lenda do perneta Jilicavaí ou Jiliguaupu que tendo uma das pernas decepadas pela esposa adúltera subiu aos céus para tomar parte numa constelação formada pelas Plêiades, Touro e Órion. É possível que esta coincidência entre os aurignacenses e os índios brasileiros tenha um substrato astronômico comum, pois se as estrelas que partem de Betelgeuse sugerem um longo membro inferior, o que não acontece com Bellatrix. As estrelas de Órion na itaquatiara de Ingá Como dissemos anteriormente, no painel horizontal da itaquatiara de Ingá encontra-se um conjunto de glifos estelares compatível com uma representação da constelação de Órion (veja a foto). Atualmente, Rigel (beta de Órion) com Magnitude Visual de 0,112, é mais brilhante que Betelgeuse (alfa de Órion), com 0,58 de Magnitude Visual. Segundo a nossa identificação (veja as fotos) destas estrelas na itaquatiara de Ingá, a estrela mais brilhante ali representada é Betelgeuse e não Rigel . Tudo indica que este deveria ser o aspecto de Órion, por ocasião da confecção da itaquatiara. Diante deste fato, lembramo-nos de um registro feito pelo astrônomo grego Hiparco (190 a.C.–125 a.C.) indicando que pelo menos há 2 mil anos (veja o esquema), Betelgeuse superava a luminosidade de Rigel. Esta disputa entre Rigel e Betelgeuse pelo primeiro lugar de luminosidade em Órion, ocorre por conta da variabilidade do brilho desta última. Ante o esposto, cabe a pergunta: os astrônomos de Ingá teriam sido contemporâneos de Hiparco? |
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