domingo, 31 de julho de 2011

A DESCIDA DO DEUS KUKULCAN EM CHICHEN -ITZA - P.236

A DESCIDA DO DEUS KUKULCAN EM CHICHEN - ITZA











Chichén Itzá  é uma famosa  cidade arqueológica maia localizada no estado mexicano de Iucatã que funcionou como  relevante  centro  político e econômico da civilização maia ( 2.000 a.C. – 900 d.C.) .

O nome Chichén-Itzá   significa " pessoas que vivem na beira da água".

Estima-se que Chichén-Itzá foi fundada por volta dos anos 435 d.C. e 455.d.C.; em 1988  foi declarada Patrimônio Cultural  da Humanidade , pela Unesco .

Chichen Itza é famosa por abrigar inúmeras outras notáveis estruturas arquitetônicas  além do Templo de Kukulcan , tais como o Templo de Chac Mool, a Praça das Mil Colunas ,  o Campo de Jogos dos Prisioneiros , etc .

Kukulcan



Kukulcan foi o deus supremos do panteão  maia , divindade dos 4 elementos ( Terra , Fogo , Ar e Água ) ,criador do Universo , da Ressureição e da Reencarnação . Segundo os toltecas ele foi um mestre divino que lhes  ensinou as leis , a pesca , a arte de curar , o calendário e a agricultura . Ele teria surgido do oceano e desaparecido em seguida .

Kukulcan na língua maia significa “Serpente Emplumada” e sob o   nome de Quetzalcoatl ( Pássaro Serpente ) , foi venerado pelos astecas ( 1325 d.C. – 1521 d.C. ) .



Pirâmide ou Templo  de Kukulcan ( “El Castillo” )

        A Pirâmide ou Templo de Kukulcan (“ El Castillo” ) foi o último  e , sem a menor  dúvida , o mais grandioso de todos os templos da civilização maia .  El Castillo ( “O Castelo” , em espanhol ) foi erguido pelos maias entre o  e IX e XII  séculos d.C.

Sua estrutura   de  forma geométrica piramidal , conta com nove níveis ou patamares quadrados ,  quatro fachadas principais , cada uma com uma escadaria central , que  conduz a um patamar superior com um  templo.

 Cada uma das suas faces alinha-se com um dos pontos cardeais . Esculturas de Serpentes Emplumadas descem pelas laterais da balaustrada do norte .

        Cada  uma dos quatro escadarias  tem 91 batentes cujos números somados e adicionados a 1 , referente  à plataforma do topo equivalem a  365  ,  número idêntico dos dias do calendário civil Haab .

Os Solstícios  e a pirâmide de Kukulcan

Durante os primeiros minutos do amanhecer  do Solstício de Junho ( Verão no  Hemisfério Norte) e durante um período de 15 minutos, a pirâmide de Kukulcán é iluminada nas fachadas NNE e ESE pelos raios do sol, enquanto as fachadas ONO e SSO permanecem na obscuridade . Desta maneira , metade da pirâmide permanece iluminada e a outra metade  permanece na escuridão ,assinalando  com este simbolismo o momento exato do Solstício.

Este efeito de luz e sombra ocorre de modo  semelhante durante o Solstício de Dezembro (Inverno no Hemisfério Norte) , mas no entardecer as fachadas iluminadas são a ONO e SSO , enquanto as fachadas NNE e ESE permanecem na obscuridade . O fenômeno é devido à orientação de +/- 20° com referência ao norte geográfico, e a latitude  onde se encontra situada a pirâmide.

Os Equinócios e a Pirâmide de Kukulcan . A descida da Serpente Emplumada

Ao por-do-sol  nos Equinócios de Primavera e de Outono,( respectivamente 21 de março  e 23 de setembro para o Hemisfério Norte ) ,   observa-se no balaustre  da escadaria NNE   7 triângulos isóceles luminosaos invertidos , gerados pela sombras projetadas pelas  9 plataformas da pirâmide . 

O conjunto de luz-e-sombra evoca a imegem de uma grande serpente . A impressão visual é de uma grande serpente composta que desce para a base do templo .

 Finalmente , com o passar do tempo os   últimos raios do Sol   projetam  – se na “cabeça” da Serpente Emplumada que se encontra na base da escadaria .

Este fenômeno  pode ser observado aproximadamente durante um período de cinco dias nas datas mais próximas aos Equinócios . Os maias realizavam uma série preparatória  de atos litúrgicos  durante quatro dias e o quinto dia era motivo de grande celebração. Possivelmente  era na “língua” da Serpente onde se colocavam as diversas oferendas ao deus Kukulcán .

Atualmente milhares de turistas reúnem –se anualmente  em frente ao Templo de Kukulcan para assistir o inesquecível  espetáculo de sombra -  e -  luz . Em nossos tempos , os primeiros registros fotográficos datam da década de 40 , feitos pela fotógrafa  Laura Gilpin 

Hierofania  no Templo de Kukulcan ?

A hierofania ( do grego , hieros = sagrado + faneia = manifesto  )  consiste   na manifestação do divino ou sagrado através do profano . A hierofania propicia  aos  espectadores reunidos num centro cerimonial  uma poderosa experiência mística ou religiosa .

Pode – se aceitar a “descida da Serpente Emplumada”  como uma hierofania ?

Sim , pois parece que isto é o que aconteceu em Chichen Itza  , graças à  conjunção dos conhecimentos  de astronomia e de arquitetura  dos maias .



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PIRÂMIDE DE KUKULCAN - IMG - POST 235

Pirâmide de Kukulcan ( em cima ) . Fenômeno da descida da Serpente Emplumada , nos Equinócios ( em baixo  ) .

PIRÂMIDE DE KUKULCAN - IMG - POST 234


Fenômeno da descida de Kukulcan , nos Equinócios e carranca da Serpente Emplumada na base da escadaria ( em cima ) . Iluminação da Pirâmide pelo Sol , nos Equinócios ( esq. ) e nos Solstícios ( dir.) , no meio . Figurações de Kukulcan /Quetzalcoatl ( em baixo ) .

quinta-feira, 28 de julho de 2011

CALENDÁRIO ASTECA - PEDRA DO SOL - TEXTO -POS 233

CALENDÁRIO ASTECA ( PEDRA DO SOL )



Os astecas ( 1325 d.C. – 1521 d.C.) dominaram o Antigo México , após os toltecas ( séc.XIV e XVI ) e chichimecas . A civilização asteca foi destruida em 1521 pelos conquistadores espanhóis comandados por  Hernán Cortés .      



Calendários astecas  



Tal como os maias  , os astecas empregavam dois tipos de calendários : um para finalidades civis ,  e um outro para fins religiosos .

O calendário  civil( xiuhpohualli = contagem  do ano )  computava 365 dias compostos por 18 períodos ( meses )de 20 dias aos quais se juntavam 5 dias complementares ou “nemotemi”, ( 18 x 20 = 360 ; 360 + 5 = 365 ) .O calendário civil de base solar  tinha aplicação na agricultura . Este calendário civil asteca  corresponde ao Haab dos maias .

O calendário religioso ou litúrgico ( tonalpohuali = contagem dos dias ) compreendia um ciclo de 260 dias , divididos em 20 signos de dias e 13 algarismos ( 20 x 13 = 260 ) . Este calendário religioso asteca corresponde ao Tzolkin dos maias .



Ciclo de 52 anos



Após certo tempo  ambos os calendários entravam “em fase” ou sincronização a cada período 52 anos equivalente ao nosso ciclo de 100 anos , que chamamos de “século” .  O Mínimo Múltiplo Comum (M.M.C.) entre  365  e 260 dias  equivale a : ( 2x2x5x13x73 ) = 18.980 correspondente em anos a : ( 18.980 / 365 = 52 ) .



Ciclo de 104 anos



Ao final de 2 ciclos de 52 anos , ocorria a coincidência do início do ano venusino de 584 dias , do ano solar de 365 dias , do ano sagrado de 260 dias e de um novo ciclo de 52 anos , o que era comemorado com grandes festas .O Mínimo Múltiplo Comum (M.M.C.)  de 584 , 365 e 260 = 37.960 = 104 anos ( 2 x 52 anos) .

O ano calêndrico asteca pode ter surgido primordialmente  com o nascimento helíaco das Plêdiades ( Tianquizli ) mas a Precessão Equinocial deslocou-o para o Equinócio de Primavera .



Calendário Asteca ou Pedra do Sol



O notável Calendário Asteca ou Pedra do Sol tem 3,6 metros de diâmetro , pesa 24 toneladas e é considerado como evidência material do saber astronômico de seus autores .



Originalmente a Pedra do Sol estava no teto do templo principal de Tenochitlán , capital do Império Asteca , destruído pelos conquistadores espanhóis em 1521 .

Desaparecido por 250 anos , em 1790 , foi encontrado acidentalmente durante uma reforma na Catedral da Cidade do México e transportado para o salão de monólitos do   Museu Nacional do México .

Possivelmente a  Pedra do Sol não teria sido um calendário propriamwente dito , mas uma peça de um altar consagrado a Tonatiuh – o Deus – Sol asteca .


Descrição sumária dos lavores do Calendário Asteca ( Pedra do Sol ) .


1      -  No centro do calendário observa – se  a efígie  de Tonatiuh cercada por quatro quadrados , que representam os 4 Sóis , Mundos, Eras ou Idades  extintos em cataclismas por um jaguar , tempestades , fogo e dilúvio . A face do deus está contida no glifo Ollin , que representa a última era cosmológica

Os astecas acreditavam estar vivendo numa Quinta Era ( 4 Movimento ) ou 5º Sol , destinada a ser destruída por terremotos e quando o Sol desapareceria .

Nas laterais  à  face  do Sol  , um glifo mostra suas garras   cravadas num coração humano . Entre os meso - americanos havia um generalizado conceito de que o Sol se alimentava de sangue humano .



2 -  O próximo circulo concêntrico mostra 20 quadrados contendo  os símbolos  dos 20 dias do mês asteca ( Coatl , Calli , Olin , etc. ) que multiplicados por 18 equivalem  a 360 dias .



3      – O circulo concêntrico seguinte  é composto por quadrados contendo cada um 5 pequenos círculos , referentes a uma semana de 5 dias . Entre eles alguns glifos em forma de “Vs” representariam os raios solares .

4  – junto à borda do Calendário projetam – se circularmente  e em sentidos opostos os corpos de 2 serpentes de fogo ( 2 xiucoatls )  de cujas bocas , na parte inferior do Calendário ,  saem as cabeças do Sol e da  Noite .



5      – Na parte mais alta  do calendário ( entre as pontas das caudas das serpentes flamejantes )   há uma placa comemorativa , com a data 13 Acatl que corresponde a 1479 d.C. , possivelmente o ano em que o calendário foi construído .




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CALENDÁRIO ASTECA IMG - POST 232

Calendário Asteca ( Pedra do Sol ) , desenho ( em cima ) e foto ( em baixo ) .

CALENDÁRIO AZTECA - PEDRA DO SOL - IMG- POST 231

domingo, 24 de julho de 2011

O Mínimo Múltiplo Comum e o Calendario Maia - TEXTO - POST 230

O MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM E O CALENDARIO MAIA



A aritmética e a astronomia  maias tinham – se desenvolvido  extraordinariamente , permitindo cálculos astronômicos de uma exatidão notável ; parte deste saber foi aplicado na confecção de vários calendários que até hoje causam admiração por sua precisão .

Note – se que os maias operavam com o zero ,   fazendo – o intervir nos seus cálculos e representando – o  por um hieróglifo especial .

Os cálculos aritméticos baseavam – se no Sistema Vigesimal , ou seja as unidades dos maiores grau , em vez de serem de 10 em 10 vezes menores ou maiores como o nosso Sistema Decimal , eram – no de 20 em 20 vezes .

              Os sacerdotes – astrônomos maias  estavam muito interessados na integração entre os vários calendários que usavam e neste aspecto ,  se comportaram mais como  babilônicos , ( mais interessados em cálculos numéricos)  do que  como  gregos , ( mais envolvidos com a geometria da Astronomia ) .
Os principais calendários mais foram os seguintes :




1 – Calendário de Contagem Longa.

2       Calendário Tzolkin

3      – Calendário Haab

4      – Roda Calêndrica

5 – Calendário Venusiano





1 . Calendário de Contagem Longa (Long Count Mayan Calendar ) .



O Calendário de Contagem Longa ( Long Count  Calendar ) foi usado  para registros de datas em  longos períodos de tempo ,  contados a partir de  13 de agosto de 3.114 a,C.  ponto inicial mítico da linha do tempo maia . Aproximadamente nesta data ocorria a unificação do Alto e Baixo Egito por Menés , no Antigo Reinado .

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 Por  sua natureza linear , a Contagem Longa podia ser estendida sem limites para se referir a qualquer data no futuro ou passado distantes.

As divisões do tempo eram ( em números de dias ) :1 – 20 – 360 - 7.200 -  144.000 – etc .

Um Grande Ciclo (“ Era” , “ Idade” ou “Sol”  )  equivalia 1.872.000 dias ou 5.125 , 25  anos ; no final deste período haveria uma catastrofe cósmica , seguida de uma renovação .

Segundo os maias já teria havido um ciclo de 5 Sóis no total de 25.627 anos e estaríamos   atualmente no final do  ciclo do 5º Sol , que se encerraria no próximo 23 de dezembro de 2012 .



2 . Calendário Tzolkin



O Tzolkin era um    calendário religioso , cerimonial , ritualístico ou sagrado  com 13 meses de 20 dias num total de 260 dias.



3 . Calendário Haab ou Vago ( Mayan Vague Year Calendar )



Seguramente os maias sabiam que o Ano Solar durava 365,25 dias  mas usavam    o Haab ,  um  calendário civil e  dividido em 20  meses de 18 dias cada  num total de 360 dias seguidos por um período de 5 dias  . Ele é designado “vago” porque apenas se aproxima  do ano de 365 dias .Ao final de 18 meses , era adicionado um período aziago de  de 5 dias ( Uayeb) .



4 . Roda Calêndrica ( Mayan Calendar Round ) ou a

 Sincronização dos Calendários

Para os sacerdotes – astrônomos maias havia um grande interesse em se estabelecer  a duração do tempo em que dois calendários ( com números de dias diferentes )  poderiam novamente se sincronizar , iniciando  um novo Ciclo .  

A Roda Calêndrica resultou da combinação do Tzolkin ( 260 dias ) com o  Haab ( 365 dias ) e seu estabelecimento se constituiu num Ciclo muito relevante para os maias .



O Mínimo Múltiplo Comum e a Roda Calêndrica



O Mínimo Múltiplo Comum entre  365 dias ( Haab) e 260 dias ( Tzolkin ) equivale a : ( 2x2x5x13x73 ) = 18.980 correspondente em anos a : ( 18.980 / 365 = 52 ) .

O fim do ciclo  da Roda Calêndrica trazia intranquilidade aos maias  , duvidosos se os seus  deuses lhes concederiam mais um ciclo de 52 anos de vida .

Ciclo ou Período Sinódico  de Vênus  

Vênus   visto da Terra ,  demora  584 dias  para ir uma de um ponto a este do Sol e voltar à mesma posição ,o que se chama de período sinódico .

Os sacerdotes-astrônomos maias  ,observadores obsessivos de Vênus tinham determinado o seu Ciclo ou  período sinódico ( tempo de revolução aparente em relação à Terra ) em  584 dias , muito próximo do  valor atual  de 583,92 dias .

Vênus "ultrapassa" a Terra a cada 584 dias enquanto orbita o Sol e nessas ocasiões, ele muda de "Estrela Vespertina", visível após o pôr do sol, para "Estrela Matutina", visível antes do nascer do Sol.

Ciclo de Vênus e o Haab



              Os maias   estudaram a comensurabilidade do ano venusiano e daquele de 365  dias ( Haab ) que também usavam .



              Oito anos vagos (Haab )  correspondem exatamente a 5 anos venusianos ou 2.920 dias . Após 2.920 dias Vênus regressa ao mesmo lugar no céu quase na mesma época do ano .



Ciclo de Vênus e o  Tzolkin    

              Outro  ciclo venusiano considerado ,  era  um “grande ciclo” de 37.960 dias , obtido pelo estabelecimento  do Mínimo Múltiplo Comum - MMC ) entre o números de dias do calendário Tzolkin (260 )   e o número de dias do  ano venusiano (584 ) : 2x2x2x5x13x73 )  igual a 37.790 , o equivalente a 104 anos Haab .  



INTERAÇÃO DOS CALENDÁRIOS TZOLKIN E HAAB



              O Calendário Tzolkin pode ser imaginado como uma peça mecânica composta por  2 anéis  :

              1 – um menor e interno , com 13 encaixes e divisões cada um deles e numerados com um algarismo de 1 a 13 , equivalentes o número de dias .

              2 – um maior e externo , com 20 dentes e divisões cada uma , levando o nome de cada um dos 20 meses ( Imix , Ik , Akbal , etc . )   

                 Depois do encaixe do disco menor ao maior , as peças são giradas  e após 13 revoluções  obtém – se no total  260 combinações correspondentes aos  260 dias do Tzolkin .

              O Calendário Haab pode ser imaginado como um anel maior que os precedentes e com 365 divisões correspondentes aos seus 365 dias .

              A interação dos dois calendários é obtida mecanicamente se acrescermos à engrenagem  do Tzolkin ao anel do Haab .

              Para os 3 anéis completarem os seu giros são necessárias 18.980 posições ou combinações entre eles . Estes 18.960 dias equivalem a 52 anos Haab  ( 18.890 / 365 )  ou 73 anos Tzolkin ( 18.890 / 260 ) .

              Como vimos , este Ciclo é denominado Roda Calêndrica ( Mayan Calendar Round ) .

Interação dos calendários solar , religioso e venusino

Como vimos , um ciclo de 52 anos sincronizava o calendario solar com o calendário religioso . Ao final de 2 ciclos de 52 anos , ocorria a coincidência do início do ano de Vênus de 584 dias , do ano solar de 365 dias , do ano religioso de 260 dias e de um novo ciclo de 52 anos comemorado com grandes festividades . O Mínimo Múltiplo Comum (M.M.C.) de 584 , 365 e 260 = 37.960 equivalente a 104 anos ou 2 x 52 . 








 



             




















CALENDÁRIOS MAIAS - IMG - POST 229

quinta-feira, 21 de julho de 2011

CONGRESSOS DE ASTRONOMIA HÁ 13 SÉCULOS EM COPAN - TEXTO - POST 228

CONGRESSOS DE ASTRONOMIA HÁ 13 SÉCULOS

EM COPAN





Copan   é uma antiga cidade pré-colobiana( séc .  V – séc.IX ) no extremo oeste de Honduras , próximo da Guatemala e  o maior sítio arqueológico  do “Período Clássico” da civilização maia . Nesta  cidade encontram-se “estelas” , monumentos feitos em pedra ( líticos ) em um único bloco com inscrições e pictografias .

Muitos estudiosos consideram  Copan como a  "Alexandria das Américas "


A história da civilização dos maias está sendo escrita graças à decodificação das estelas por eles erguidas a cada katum ( 20 anos ) , registrando os principais eventos ocorridos no período .


Em Copan existem 38 das mais belas e notáveis estelas    maias ao lado de complexos de pirâmides , praças e palácios .

Copan ocupou desde cedo  o primeiro lugar no domínio da astronomia maia e mesoamericana em geral .Contando com notáveis astrônomos , não é surpreendente que Copan ,durante o século VIII tenha sido o palco de congressos de astronomia que reuniam representantes de outras cidades maias .

Ultrapassando de longe em precisão todos os calendários até então utilizados por outras civilizações contemporâneas ,inclusive a ocidental,o ano  tropical maia tal como era então calculado pelos sacerdotes - astrônomos de Copan – 365;2420 dias – é de uma aproximação surpreendente , se considerarmos que não difere dos cálculos mais atuais por três milésimos de dia por ano.

No ano de 756 d.C. na Stella M se encontrou  pela primeira vez registros de eclipses com a ordenação de luas em grupos de 5 e 6 No ano de 763 d.C. o Templo 22 foi dedicado a Vênus com as  correspondentes correções do período sinódico venusiano .

O Templo 11 provavelmente estava dedicado à elaboração de  tabelas dos eclipses .

Em 699 d.C.  a lunação foi determinada em 29,53020 dias em Copan e  em  Palenque em   29.53086días – O cálculo atual é de 29,53059 dias .

Em 763 d.C. em Copan a revolução sinódica de Vênus  com uma correção de menos de 1 dia a cada 6.000 anos foi de 583,92 – o mesmo o valor usado atualmente.
Congressos de Astronomia em Copan
A necessidade de reajustar ou reformar os calendários maias pode ter sido o motivo de um Congressos de Astronomia em Copan realizado em 763 d.C.
O evento  foi comemorado com a construção do Altar Q ,  diante do Templo 16 , um monumento de pedra ,  quadrado , onde estão representados os 16 sacerdotes - astrônomos participantes , 4 em cada lado .
No Altar T de Copan , observam-se representações de  figuras humanas agrupadas numa reunião semelhante .

227 - MAPA DE HONDURAS

Copan situa - se no extremo oeste  de Honduras , próximo à Guatemala

CONGRESSO DE ASTRONOMIA EM COPAN - IMG - POST226


A necessidade  de reajustar ou reformar os calendários maias pode ter sido o motivo de um Congresso de
Astronomia realizado em Copan  ,em 763 d.C. O evento foi comemorado com um monumento quadrado onde estão representados 16 sacerdotes - astrônomos participantes , 4 em cada lado .

Sacerdotes - astrônomos  maias reunidos num Congresso de Astronomia em Copan ,13 séculos atrás .


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sexta-feira, 15 de julho de 2011

ECLIPSE DA LUA - TEXTO - POST. 223

ECLIPSE DA LUA 



A palavra eclipse vem do grego antigo “ekleipsis” através do latim “eclipsis” que significa ,  desvanecer ,desmaiar ,  faltar , desaparecer  ,   abandonar  ou e deixar  atrás .      



Os eclipses na História Antiga 



Nos primórdios das Civilizações , os eclipses eram considerados com temor e em alguns casos com terror e pânico . Para muitos povos primitivos eles prenunciavam calamidades , guerras , pestes e até mesmo o fim do Mundo ; um eclipse era visto com um sinal da cólera de Deus prestes a se abater sobre a Terra .

Culturas de diferentes épocas atribuiram os eclipses

a figuras mitológicas que estariam tentando engolir  o Sol ou a Lua . Os nórdicos diziam que dois lobos , Skoll e Hati vagueavam ameaçadoramente em busca do Sol e da Lua .

Uma personificação recorrente do eclipse na China milenar, por exemplo, era um dragão ou demônio que devorava o Sol. Os antigos chineses se mobilizavam  durante o fenômeno e batiam contra potes e tambores na tentativa do barulho  afastar o dragão ameaçador .
Também os incas tentavam intimidar as criaturas que "engoliam o Sol". Na Índia, as pessoas imergiam o corpo na água até o pescoço, num ato de adoração, para que o Sol vencesse o dragão devorador

Os sacerdotes – astrônomos da antiga Caldéia sabiam prever as datas dos eclipses e conheciam  que o eclipses da Lua se sucediam num prazo de 223 lunações ( dezoito anos ,onze dias e oito horas ) .

        O primeiro registro conhecido de um eclipse teria sido feito na China em 1952 a.C.

        Na Babilônia , a partir do reinado de Nabucodonosor,

em 747 a.C. , foi elaborado um guia com datas dos eclipses  pelos sacerdotes-astrônomos .  Esse registro tem sido essencial para fixar a cronologia de importantes eventos históricos .

        Um dos mais célebres  eclipses da Antiguidade,  segundo Heródoto , ocorreu em 28 de maio de 585 a.C. quando medos e persas encontravam – se em pleno combate . Sobreveio então  um eclipse do Sol interpretado como um sinal de desaprovação dos deuses o que levou os beligerantes a depor as armas e firmarem a paz .

        Em 1º de março de 1504 ocoreu um célebre eclipse da Lua que salvou a vida de Colombo e de seus homens .

Assediado e hostilizado pelos indígenas da Jamaica que tinham interrompido o suprimento de víveres , Colombo , sabedor da proximidade de um eclipse lunar , ameaçou os silvícolas fazendo –lhes saber que se não suspendessem o cerco iria encobrir a Lua . O estratagema funcionou e o Grande Navegador não só obteve os mantimentos como  ganhou respeito dos inimigos .

        Os eclipses eram efemérides tão significativas para certos povos que os astrônomos  Hi e Ho do Imperador da China  foram executados porque não tinham previsto o eclipse de outubro de 2.137 a.C.

Aristóteles de Estagira (384-322 a.C.) argumentou a favor da esfericidade da Terra, já que a sombra da Terra na Lua durante um eclipse lunar é sempre arredondada.


 Astronomia dos Eclipses



        Os eclipses são causados pelos movimentos da Terra e da Lua , ocorrendo quando os dois astros se encontram enfileirados com o Sol numa mesma linha reta .



Eclipse solar



Na fase de Lua Nova , quando a Lua se coloca entre a Terra e o Sol , há o eclipse solar .



Eclipse lunar



Na Lua Cheia é a Terra que se interpõe entre a Lua e o Sol , gerando o eclipse lunar .

O eclipse ocorre sempre que a fase de Lua Cheia coincide com a passagem da Lua pelo plano da órbita da Terra. Este ponto onde a órbita da Lua se encontra com o plano da órbita da Terra chama-se nodo orbital. O nodo pode ser classificado como ascendente ou descendente, de acordo com a direção que a lua cruza o plano.

Por que , então ,   em todas Luas Novas não há um eclipse solar e em todas  Luas Cheias não ocorre um eclipse lunar ?

Isso só aconteceria se a Lua girasse em torno da Terra no mesmo plano em que esta gira em torno do Sol .Mas como os planos das duas óbitas não são coincidentes – eles formam entre si um ângulo de 5º , tocando- se nos pontos chamados nodos – nem sempre ocorre um eclipse .

Em contraste com um eclipse do Sol, que só é visível em uma pequena região da Terra, um eclipse da Lua é visível em  todos os lugares onde seja noite .

 Sombra e Penumbra


O mecanismo  dos eclipses é simples e se faz pela interceptação da luz do Sol pela Terra que projeta um cone de sombra ( umbra )   e um cone de penumbra . A umbra é uma região em que não há iluminação direta do Sol e a penumbra é uma região em que apenas parte da iluminação é bloqueada  

Habitualmente , durante a fase de Lua Cheia , a Lua passa acima ou abaixo  do cone de sombra . Porém se ela naquele momento estiver próxima a um dos nodos , a Lua imerge nesse cone , surgindo o eclipse lunar . Este pode ser total ou parcial  , conforme o nosso satélite seja completa ou parcialmente encoberto .

Um eclipse de penumbra ocorre quando a Lua apenas passa através da área de penumbra da Terra,a porção externa da sombra terrestre projetada . A penumbra não provoca um escurecimento perceptível da superfície da Lua .

Um eclipse lunar total ocorre quando a Lua atravessa completamente o interior da umbra da Terra.



Periodicidade dos  eclipses . Ciclo ou Período  de Saros



Os caldeus , senhores  da Babilonia e da Assíria (até 539 a.C.) , estabeleceram que a sequência de eclipses lunares  se repetia a cada 6.585 dias ou 223 lunações ou 18 anos,11 dias e oito horas e denominaram este período de Saros (que significa Repetição) . Esta notável descoberta possibilitou a previsão   de datas exatas para os eclipses lunares , com uma pequena correção : 18 anos e onze dias



Os construtores europeus de observatórios megalíticos do Neolítico  ( Ilhas Orkney , Grand Menhir Brisé de  Carnac , Stonehenge , etc .), seguramente conheciam o ciclo da pausa lunar de 18,61 anos  , fundamental para a previsão de eclipses lunares . 



A repetição dos eclipses contudo , não é imutável  e vários fatores gradualmente alteram a sequência inicial  fazendo com que um dado eclipse saia do ciclo de Saros enquanto outro eclipse se junta ao mesmo .



Aspectos visuais   dos  eclipses lunares .



No eclipse da Lua a cobertura do disco lunar pela sombra da Terra é progressiva . Inicialmente  observa-se a cobertura pelo cone de penumbra e , gradualmente ,surge a sombra do nosso planeta . Finalmente , instala-se a cobertura completa .



Embora a Lua seja muito menor que o Sol ,ela é vista quase com o mesmo diâmetro deste .Isto acontece porque ela está muito mais próxima de nós .À distancia em que ela se encontra , a secção do cone de sombra e quase 3 vêzes maior que o disco lunar . Então , ao penetrar naquela zona , a Lua pode ser totalmente encoberta ; contudo , ela nunca fica totalmente invisível durante um eclipse total .



“Lua de Sangue”



Durante um eclipse lunar  total , graças à  refração e à  curvatura dos raios solares nas camadas mais baixas e mais densas da nossa atmosfera , a luz do Sol perde vários comprimentos de onda do espectro luminoso  e retém apenas raios de luz vermelha / alaranjada  que são projetados na superfície da Lua . Assim, ela  aparece alaranjada ou vermelha ( “Lua de Sangue” ) .

Duração do eclipse lunar

A Lua demora cerca de 1 hora para transitar da penumbra a umbra (sombra ) ,enquanto outra hora e necessaria para que o eclipse seja total .
A fase de obscurecimento total dura cerca de 1 hora e 30 minutos .
Duas horas depois , o eclipse chega ao fim .Portanto,no total ,um eclipse lunar dura cerca de 5 horas e 30 minutos enquanto um eclipse solar total leva 7 minutos e 30 segundos .





Eclipse lunar de junho de  2011



Todos os anos ocorrem pelo menos 2 eclipses lunares .O mais recente deles aconteceu em 15 de junho de 2011 ( v . foto anexa ) .

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Eclipse lunar de 15 de junho  de 2011

ECLIPSE DA LUA - IMG - POST 221


Na Antiga China acreditava - se que o eclipse  solar era causado  por um gigantesco dragão que engolira o Sol
Sacerdotes-astônomos da Babilônia observam um eclipse lunar .Graças a meticulosos registros eles chegaram a prever as datas dos eclipses .

ECLIPSE DA LUA - IMG - POST 220

Etapas de um eclipse lunar