segunda-feira, 14 de março de 2011

GÊMEOS NA ITAQUATIRA DO INGÁ - TEXTO - POST.141

A Constelação de Gêmeos ( Gemini ) e a  Itaquatiara de Ingá


Astronomia

A constelação  zodiacal e solsticial de Gêmeos ( Gemini ) , está limitada ao norte por Lince (Lynx) e Cocheiro ( Auriga ); ao sul por Cão Maior ( Canis Major ) e Unicórnio ( Monoceros ); a oeste por Órion ( Orion ) e Touro ( Taurus ) e a leste por Câncer ( Cancer ) .
Suas estrelas desenham um  grande retângulo que paralelo à Eclíptica , invade  a Via Láctea . 
Quase  universalmente , esta constelação foi associada a uma dupla de seres possivelmente graças à paridade das duas estrelas principais Castor e Pólux  ,de 2ª magnitude visual . Elas  formam um par inconfundível e representavam para o antigos gregos , as cabeças dos Gêmeos Celestes , Castor e Pólux . Atualmente , a  estrela mais brilhante da constelação não é Castor , embora designada nos Atlas Celestes como alfa , mas Polux , ali indicada como beta.
Para os habitantes do Hemisfério Sul , as figuras dos Gêmeos são percebidas de cabeça para baixo , tal como mostramos nos gráficos anexos por nós  adaptados para as  nossas latitudes meridionais .
A constelação de Gêmeos , a mais setentrional do Zodíaco ,é visível nas latitudes terrestres entre +90 e – 60 ;suas coordenadas celestes são : Ascensão Reta ( AR ) = 7 h e Declinação ( D ) = + 20 . A melhor visibilidade de Gêmeos  ocorre em fevereiro , às 21,00 hr.       
Ela é uma constelação solsticial porque o Sol quando  “percorre” suas estrelas , entre  20 de  junho e 20 de julho , ocorre o solstício de junho (21 / 6 ) ,  o primeiro dia de inverno em nosso Hemisfério Sul . Isto significa que se pudéssemos ver as estrelas durante o dia , naquelas datas , Gêmeos paraceria estar “atrás”  do Sol .
Em Gêmeos , a olho nu  se pode  observar o notável  aglomerado aberto M 35 . Nesta constelação , anualmente  em dezembro , ocorre uma abundante  chuva de meteoros. 

Mitologia

A associação do par formado pelas estrelas Castor e Pólux com a figura de  gêmeos , foi praticamente
universal .
A constelação de Gêmeos já era conhecida na  Antiga Mesopotâmia ( 5.000 a.C. – 539 a.C.) , onde era chamada de “ Os Grandes  Gêmeos” .
        Na mitologia da Grécia Antiga ( 776 a.C. – 323 a.C.)
Castor e Polux eram conhecidos coletivamente como Dioscuri ( Filhos de Zeus ) ou Didymoi ( Os êmeos ) .  Embora Leda fosse mãe de ambos , os Gêmeos tinham pais diferentes . Pólux , filho de Zeus era imortal mas , Castor ,  filho do rei de Esparta , era  consequentemente , mortal . Ambos , conhecidos por serem fortes , bem educados e encantadores , foram reverenciados como curadores , médicos e protetores dos marujos .
Castor e Pólux participaram   da épica Expedição  dos Argonautas , juntamente com Jasão , em busca do esplêndido Velocino de Ouro .
Numa feroz disputa entre os Gêmeos e outros pretendentes do amor de  duas belas irmãs , Castor foi mortalmente ferido e Pólux , imortal , em vão tentou o suicídio para seguir o destino do amado irmão . Então , Zeus  transformou – os em  estrelas de uma mesma constelação de modo que permanecessem juntos por toda a  Eternidade , como símbolos do amor fraternal .

A Constelação de Gêmeos na itaquatiara de Ingá

Parece – nos que no painel vertical da itaquatiara de Ingá a constelação de Gêmeos estaria representada pelo glifo que reproduzimos mais adiante ( v. gráficos ) .
Tal como acontece com muitos dos demais  glifos da itaquatiara , sua descrição é difícil  porque sua forma não evoca nenhuma figura por nós conhecida . Contudo , podemos dizer que  , em suas linhas gerais ele é composto por dois sulcos cruzados à maneira de uma letra xis ,  cujas extremidades superiores  terminam por uma mossa ( depressão hemisférica ) ; o par formado por estas mossas evoca a paridade das estrelas Castor e Pólux .
Em gráfico anexo  , tentamos mostrar como as estrelas de Gêmeos poderiam ter sido a fonte ( substrato astronômico ) para o glifo que as representaria , na itaquatiara do Ingá .















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